Deus tocou o meu coração e minha alma,
abrindo meus olhos para a verdadeira essência da vida.

30 de maio de 2020

QUAL O NOSSO DOM?



Descubra qual é o seu dom, àquilo que você nasceu para fazer e o exerça.


Essa é a nossa missão, fazer o nosso melhor.


Exercer o dom que nos foi concedido é estar com Deus.


Então, mãos a obra.


Silvio K. Jr.

CONTAMINADOS



Mágoa vem de "má água", água podre, parada.


O corpo humano é composto basicamente entre 70 a 75% de água.


Assim se guardamos mágoas, somos constantemente contaminados.


Simples assim.


Amargura, tristeza e desgosto, esses são alguns dos sintomas que as mágoas causam, se nos sentimos assim, provavelmente estamos contaminados.


Silvio K. Jr.

PANDEMIA



Sobre a pandemia...


Acreditem, todos estamos errados, ninguém tem razão, e a vaidade e o orgulho em absolutamente nada ajudam.


Para uns enfrentar a morte é o maior temor, para outros, é o fracasso.


É nítido que precisamos de ajuda.


O melhor lugar para se estar é na companhia de Deus.


Silvio K. Jr.


Ps. Que Deus nos abençoe hoje e sempre.

TUDO NO SEU TEMPO



Ninguém precisar salvar ninguém.


Entendido!


A nossa obrigação é a de ajudar as pessoas.


Assim, cumprindo com o nosso dever, estaremos em dia com as nossas obrigações.


Se você não entendeu, não se preocupe, um dia todos nós, cada um a seu tempo, iremos compreender.


Que Deus nos abençoe hoje e sempre.


Forte abraço.


Silvio K. Jr.

MUDANÇA DE ROTA

...

Corpo alquebrado.

Mente destruída.

Alma entristecida.

Coração despedaçado.

Pensamentos doentios.

...

Mude você o seu destino

Pense grande.

...

Crie novos relacionamentos.

Leia bons livros.

Adquira conhecimento.

Faça uma oração.

Deixe o amor circular.

...

Lembre-se:

Você já é um VITORIOSO.

...

Silvio K. Jr.

...

ps: Se Deus é por nós, quem será contra nós?

PRECE


Nós estamos apenas a uma prece de distância de Deus.


Deus nos conhece do avesso, sabe quem somos e o que cada um de nós carrega em seu íntimo.


Ele espera pacientemente pelo nosso despertar.


Assim, o melhor que temos a fazer, é deixarmos de agir como um bando de crianças mimadas, e colocarmos logo os pés na estrada e as mãos a obra.


Caminhar e servir sempre.


Silvio.

29 de maio de 2020

INVESTINDO NO FUTURO.



Estamos no ano de dois mil e cinco, Antônio é proprietário de uma pequena oficina mecânica na cidade de Santo André – SP., cuja renda auferida não está sendo suficiente para arcar com todas as despesas da família, em especial, pelo fato da sua esposa estar em tratamento contra um câncer de mama bem agressivo.

Antônio já vivenciou outra realidade, no começo dos anos dois mil, era proprietário de uma oficina de porte médio para grande, tinha 30 funcionários, tirava um pró-labore significativo, conseguia pagar os estudos dos filhos, plano de saúde de primeira linha para todos, a oficina ficava em prédio próprio, assim como também o era a sua casa.

Pensando em crescer ainda mais, se iludiu com a oferta para prestação de serviço a uma seguradora de grande porte, o que exigiu dele um investimento altíssimo, sendo que foi necessário ir ao mercado conseguir crédito para adequar a sua oficina aos padrões exigidos, o que acabou sendo feito, porém, teve que  dar o prédio da oficina bem como a sua casa como garantia do empréstimo.

Infelizmente ao terminar toda a adequação da oficina, passados menos de seis meses a seguradora alegando mudança de estratégia rompeu o contrato, deixando Antônio literalmente na mão, não tendo como honrar com seus compromissos, acabou falindo em menos de um ano, perdendo todos os seus bens.

Voltando ao ano de dois e mil cinco, Antônio acaba de deixar a esposa para mais uma sessão de quimioterapia em um hospital público de Santo André – SP., ficando de retornar no final da tarde para buscá-la.

De volta a sua pequena oficina, onde trabalha com o seu filho mais velho de 25 anos de idade, já o filho mais novo com 21 anos de idade, está cursando o último ano da faculdade de engenharia elétrica e faz estágio há dois anos em uma grande empresa multinacional instalada na cidade, com grandes chances de ser contratado. O filho mais velho teve que abandonar o curso de engenharia mecânica, por falta de condições financeiras. Antônio cumprimenta o filho, e segue para o pequeno escritório localizado nos fundos da oficina, verifica os boletos em atraso, vê os que conseguirá pagar naquele mês, são bem poucos, ao abrir a gaveta para guardar os boletos que não serão pagos, vê um cartão de aposta da Mega Sena, que já havia corrido a duas semanas e ele ainda não tinha conferido.

Separa os boletos que vão ser pagos e mais o cartão de aposta. Começa o seu dia na oficina, o tempo passa depressa, logo é hora do almoço, Antônio pega os boletos e o cartão de aposta e segue até ao banco, faz os pagamentos e em seguida passa na lotérica. Olha uma vez, não acredita, olha a segunda, não pode ser, limpa os olhos, verifica de novo, não é possível, ele sem sombra de dúvidas era o ganhador. A euforia tomou conta, se controlou, guardou o cartão, já estava na hora de pegar a esposa no hospital, assim o fez e retornou para casa.

Naquela noite não dormiu direito, amanhecendo o dia, se arrumou, disse a família que o advogado o havia chamado para falar sobre a ação que movia contra a seguradora, e com essa desculpa seguiu para a agência da Caixa Federal, onde foi informado pelo gerente que o prêmio total daquele sorteio fora de cinquenta e um milhões de reais e que teve apenas cinco ganhadores, o que dava a ele a bagatela de R$10.200.000,00.

Antônio tomou uma decisão naquele momento de não contar a absolutamente ninguém, pediu sigilo absoluto ao gerente, deu carta branca a ele para que fosse feito os investimentos necessários. José que tinha acabado de ser promovido a gerente não acreditava na sorte que teve em atender aquele senhor, assim Antônio, deixou investido em várias aplicações conforme orientações do gerente o valor de R$9.500.000,00 e o restante deixou em uma conta corrente.

De volta a sua casa, disse que havia ganho a ação de indenização contra a seguradora no valor de R$700.000,00, cuja quantia seria suficiente para pagar o tratamento contra o câncer em um hospital particular e que o filho poderia retornar a cursar engenharia e ainda sobraria dinheiro para reformar a pequena oficina.

O tempo foi passando, a mulher de Antônio se curou, os filhos se formaram e começaram a vida profissional, e a oficina cresceu.  

Agora estamos no ano de dois mil e dezenove, Antônio está prestes a completar 70 anos de idade, e as únicas regalias que se concedeu de todo aquele dinheiro foi a aquisição de uma chácara, localizada em um condomínio na serra do mar, seu refúgio nesses últimos quinze anos, lá viveu e ainda vive momentos felizes com a sua esposa, filhos e agora netos. E a outra aquisição foi um fusca 1964, placa preta, que cuida com todo carinho do mundo.

Antônio decidiu que na festa em comemoração dos seus 70 anos de idade, irá contar sobre o prêmio da loteria que havia ganho há 15 anos, e da sua felicidade em ter a esposa ao seu lado e em ver os filhos transformados em pessoas responsáveis e pais de família. Para isso, precisava saber o quanto aquelas aplicações tinham-lhe rendido, ao chegar no Banco e se identificar, o gerente geral da agência veio ao seu encontro, e para a surpresa de Antônio, era o mesmo gerente da época em que abriu a conta:

- José não acredito que você ainda está por aqui!

- Nem me fale Antônio, mas, sou eu que não acredito que em todos esses anos, o senhor não tenha sacado um centavo sequer daquele dinheiro.

- Você cuidou bem dele para mim José?

- Claro que sim! Bati todas as minhas metas nos últimos quinze anos graças ao senhor.

- E quanto eu tenho José?

- O senhor tem até o presente momento a quantia de aproximadamente trinta e seis milhões de reais.

- Acho que já dá para gastar um pouquinho.

- Também acho.

- José os meus filhos ainda têm conta aqui, correto?

- Eles possuem sim.

- Por favor, separa para mim R$700.000,00 e divida o restante na conta dos dois.

- Será feito Antônio.

- Obrigado José.

Durante a festa de aniversário, Antônio chama a esposa e dois filhos para a sala, conta toda a história, entrega nas mãos dos filhos os comprovantes de transferências.

A esposa e os filhos estão espantados e sem palavras.

Antônio quebra o silêncio, me perdoem não ter contado antes, mas que eu saiba ninguém aqui passou necessidade alguma nesses quinze anos. Passamos?

Não. Responderam unânimes.

Da mesma forma que eu me deixei levar uma vez pela minha ganância e fui a falência total, fazendo todos sofrerem, principalmente a mãe de vocês, fiquei com medo que não conseguisse que os meus filhos se tornassem homens de fibra se a vida lhes fosse fácil demais.

Peço desculpas a todos, mas, vocês são o meu prêmio maior.

Todos se emocionaram e agradeceram ao pai e ao marido, que sempre esteve presente em todos os momentos daquela família

Antônio pergunta aos filhos, o que vocês vão fazer com todo esse dinheiro?

Pai, pelo visto o gerente José, vai continuar batendo as suas metas por muito tempo.

Silvio Klinguelfus Junior

24 de maio de 2020

PAIXÃO PELAS DUAS RODAS





Arthur seguia pela estrada, quando vê pelo retrovisor algumas motos se aproximando em alta velocidade, na sequência passam zunindo por ele seis motos. Imediatamente lágrimas começam a brotar em seus olhos e a escorrer pela sua face, pensava consigo mesmo, como é difícil conviver com essa dor, ao seu lado a sua esposa emudece e vira o rosto no sentido oposto na tentativa de esconder do marido as suas lágrimas.

Andar de moto sempre foi uma paixão de Arthur, viajou o mundo em duas rodas com a esposa na moto ao lado, os seus dois filhos herdaram essa paixão, desde muito pequenos viviam o mundo das duas rodas, tudo naquela família envolviam motos.

Os negócios estavam bons, a vida corria prazerosa, trabalho árduo, mas, recompensador, negócio próspero, viagens, casas de campo, praia e no exterior, carros, motos e barcos, dois filhos maravilhosos, um casamento perfeito.

Tudo mudou com um telefonema em um domingo de manhã.
- Alô.
- Sr. Arthur?
- Sim.
- Aqui é o Dr. Michelson do Grupo de Resgate da Rodovia Bandeirantes.
- Pois não.
- Houve um acidente com motos, seus dois filhos foram envolvidos e infelizmente não sobreviveram.

Atônito, Arthur não conseguia mais concatenar as ideias, deixou o telefone cair, sua esposa pegou o telefone para logo depois entrar em choque.

Já se passaram cinco anos e esse assunto não foi resolvido pelo casal, que viu a vida mudar radicalmente, os negócios seguem bem, entretanto, a vida como eles conheciam já não é mais a mesma, como disse certa vez a sua esposa, ela perdeu o colorido. Eram dois zumbis cumprindo obrigações esperando pela hora da partida, na esperança de um encontro tão aguardado.

De repente, Arthur bate a mão com toda a sua força no volante do carro, fazendo com que a sua esposa saísse do transe em que se encontrava, eles haviam saído da cidade de Itu – SP., onde moram e estavam seguindo pela Rodovia do Açúcar, sentido Indaiatuba – SP., onde fica a sede da empresa deles, e Arthur comunica a esposa a decisão que acabará de tomar.

Assim que chegaram na sede da empresa, Arthur liga para o seu amigo, dono de uma Concessionária de Motos e encomenda uma motocicleta. Um mês depois, diante da incredulidade da família, amigos e funcionários, o casal segue viagem rumo ao deserto do Atacama no Chile. A primeira parada deles foi bem próxima de casa, mas pareceu uma eternidade para eles, foi exatamente aonde aconteceu o acidente com seus filhos, ficaram lá parados por algumas horas, sem saber se deviam seguir em frente ou não, choraram, se abraçaram, deram risadas, lavaram a alma, subiram na moto e partiram leves. Trinta e cinco dias depois da partida, retornam para a casa, totalmente revitalizados, realmente a viagem funcionou como uma catarse.

Na viagem tomaram a decisão de começar tudo de novo, não podendo terem mais filhos devido a idade, resolveram adotar uma criança, depois de muitas idas e vindas a diversos orfanatos de várias regiões do Estado, desistiram de adotar uma criança e resolveram adotar o orfanato mais humildade que eles conheceram. Hoje eles são, podemos assim dizer, os pais adotivos de quarenta e cinco crianças do Orfanato Nossa Senhora dos desamparados.

Se o amor tivesse cores, provavelmente, nunca se veria tantas cores como as que rebrilham naquele lar.

Deus pediu de volta duas joias raras que havia concedido a eles por empréstimo, mas, em troca, concedeu uma mina cheia de pepitas a serem lapidadas pelo amor desse casal.

O céu está em festa e sob os olhares dos filhos tão amados, comemoram juntos o renascimento do casal.

Silvio Klinguelfus Junior

23 de maio de 2020

A FLORESTA


A escuridão aterrorizante naquela fatídica madrugada, era algo de sobrenatural, no céu nenhuma estrela, nem mesmo a lua conseguia penetrar com a sua luz as densas nuvens escuras que insistiam em cobrir a floresta que naquele momento parecia até mesmo ser macabra.

Antonella a única sobrevivente de um acidente aéreo na Região do Alto Xingu, que se localiza na região nordeste do Estado do Mato Grosso, na porção sul da Amazônia brasileira.

Um avião Cessna – 206, de prefixo argentino, deixou o seu país de origem com seis ocupantes, sendo dois tripulantes e quatro passageiros, entre eles Antonella, seu destino final a Amazônia brasileira, após duas escalas em cidades brasileiras, seguiu ao rumo final; infelizmente foi engolido por uma tempestade severa que se formou inesperadamente, situação relativamente comum naquela região, devido à grande circulação de brisas fluviais. O pequeno avião não teve chances, obrigando os pilotos a tentarem um pouso de emergência em um grande rio da região.

Somente Antonella veio a sobreviver àquele pouso forçado. Após lutar com todas as forças pela sua vida, conseguiu deixar o rio chegando até a sua margem, a chuva era torrencial, desnorteada, seguiu pelas margens acompanhando a correnteza, entretanto, não é fácil caminhar por essas margens, resolveu entrar na mata na esperança de encontrar alguma trilha.

Logo a noite chegou e foram horas de terror, a chuva passou, deixando um rastro de destruição naquela parte da floresta com muitas árvores caídas.

Imaginou não ter muitas opções, nenhum grupo de resgate viria a procura de sobreviventes naquele momento, o avião estava submerso e ficou claro que o piloto não havia conseguido manter contato com a torre de controle durante aquela tempestade.

Argentina, Antonella já havia feito essa viagem dezenas de vezes, ela é uma experiente guia para cientistas e alunos de biologia do seu país, que procuram desenvolver os seus conhecimentos em “in loco” nas florestas. Já havia passado por diversas situações inusitadas nessas viagens, mas nenhuma se compara a essa.

Esgotada, no limite das suas forças, agora se depara com uma escuridão que jamais havia visto na floresta, os barulhos dos animais a amedrontavam ainda mais, sabia que aquela região era perigosa que se parasse seria uma presa fácil, e assim seguiu em frente, e de repente o chão sumiu debaixo dos seus pés, desceu rolando por uma encosta íngreme, durante a queda ia se chocando com diversos obstáculos naturais, até que sente a sua cabeça bater contra uma pedra e em seguida apagou completamente.

Ao acordar, se surpreendeu por não estar mais na floresta, sentiu de imediato um cheiro muito forte e os seus olhos lacrimejaram com tanta fumaça, demorou um pouco para perceber que estava dentro de uma oca (construção indígena), aos poucos, conseguiu a muito custo se levantar, ao passar as mãos pelo seu corpo percebeu estar extremamente magra, ao tocar a sua cabeça, sentiu falta dos cabelos e pode perceber uma grande afundamento da sua caixa craniana, não tinha mais ninguém ali dentro, aparentemente não havia uma porta de acesso ou saída, e assim foi tateando as laterais da oca, até encontrar uma espécie de abertura.

Do lado de fora, o sol brilhava forte, demorou alguns minutos para que os seus olhos se acostumassem a claridade, nesse ínterim, ela sentiu ser tocada por várias mãozinhas, assim que recuperou a visão plena, pode ver que eram indiozinhos que estavam ao seu lado, logo vieram os índios adultos da tribo, que tentavam se comunicar, porém, em um idioma que ela jamais tinha escutado.

Era visível para Antonella que os índios estavam felizes pela sua recuperação, e com o uso de muita mímica as coisas foram se acalmando, porém, os dias passavam rápidos, e ficava claro para ela, que aquela tribo pouco contato tinha com a civilização tal qual a conhecemos.

Perderá as contas de quanto tempo já estava tribo, passou a fazer parte dela, ajudava na preparação dos alimentos, participava dos rituais, enfim, poderia considerar-se totalmente adaptada àquela realidade, se recuperando totalmente fisicamente.

Em uma certa manhã seu coração dispara ao perceber a chegada de uma caminhonete na tribo. O motorista toma um susto ao vê-la, ele a reconheceu imediatamente dos noticiários da televisão, que cobriram o acidente aéreo e as buscas que duraram um mês.

A primeira coisa que Antonella perguntou foi em que dia do ano estávamos e surpreendeu-se ao perceber que já haviam passados quase quatro meses do acidente. Esclarecidos todos os acontecimentos, ficou acertado que no dia seguinte ela iria com ele até a cidade mais próxima para de lá serem tomadas todas as providências para o seu regresso a Argentina.

Naquela noite, aproveitando que o motorista falava o idioma indígena, aproveitou para agradecer a todos por terem salvado a sua vida, e acabou descobrindo como fora o seu resgate. Disseram que a encontram caída e semimorta na base de uma encosta, com um ferimento enorme na cabeça, muitos machucados pelo corpo e coberta por muitos insetos, principalmente de formigas que já lhe haviam picado quase que completamente, a trouxeram para tribo e começaram cuidar dela, durante dois meses permaneceu em coma. Segundo ela e o motorista puderam deduzir, os índios acreditavam que havia contraído malária o que agravou muito o seu quadro.

Extremamente grata, Antonella, deixa aquela tribo para trás, com a certeza de voltar um dia. Ao desembarcar na Argentina, estava sendo aguardada por seus filhos, parentes, amigos e muitos jornalistas, ansiosos para saber detalhes da história mais inacreditável que eles até então tinham conhecimento.

Lágrimas insistiam em cair dos olhos de Antonella, que agora em casa com os seus filhos em seu colo, não via a hora de levá-los todos para conhecer a tribo onde ela nasceu novamente.

Silvio Klinguelfus Junior.

16 de maio de 2020

VIAJANDO EM ALTA VELOCIDADE...




Alfredo trafegava pela Rodovia da Anhanguera, retornando para São Paulo, já era quase uma 1:00 h da madrugada de uma sexta-feira, a estrada estava  praticamente vazia, ainda faltavam uns 300 quilômetros e o sono começou a pegar.

Em vez de parar e descansar, acreditou na sua capacidade física e na sua perícia como motorista, abaixou um pouco os vidros, aumentou o som, como o seu carro tinha GPS que indicava a localização dos radares, acreditou que se andasse acima do limite de velocidade permitido, isso lhe aumentaria a concentração.

Viajando agora em alta velocidade, aparentemente o sono tinha dispersado, mas bastou uma piscada mais demorada, não mais que dois segundos, ao abrir os olhos, não teve tempo de reação, um cavalo atravessa a pista bem a sua frente, a 220 km/h., o cavalo simplesmente adentrou ao carro, a BMW X7 ano 2020 de Alfredo, capotou 8 vezes antes de despencar de cima de uma ponte, caindo em um pequeno riacho.

Alfredo ao recobrar a consciência, toma um susto ao dar de cara com a cabeça do cavalo ao seu lado, sem saber como, consegue deixar a cabine, olha para o seu carro, que estava completamente destruído, nem ele próprio acreditava ter sobrevivido ileso a esse acidente e inexplicavelmente estava se sentindo muito bem.

Leva as mãos aos bolsos, estava sem o celular e a carteira, lembrou que a estrada estava vazia, provavelmente ninguém presenciou ao acidente, resolveu subir a encosta utilizando-se da estrutura da ponte, fato esse que também o surpreendeu dado a facilidade com que superou o obstáculo, inicialmente achou até que não conseguiria. Ao chegar a estrada, ela continuava vazia, tirou a camisa que era branca e ficou aguardando que algum carro passasse, não demorou, um caminhão vinha em sua direção, começou agitar a camisa, estava praticamente no limite entre o acostamento e a estrada, seria impossível o motorista não vê-lo, infelizmente o caminhão não parou e assim outros veículos passaram por ele como se não existisse.

Alfredo já estava puto com os motoristas, pensava que deveriam estar com medo de pararem, não conseguem perceber que eu estou com problemas, lembrou novamente do celular, deveria estar dentro do carro, melhor voltar lá e procurá-lo.

Novamente se surpreendeu com a facilidade com que conseguiu chegar até o carro, ao se abaixar para entrar pela janela do carro, Alfredo leva um susto, que o fez por instinto se jogar para trás. Ele acabará de ver a si mesmo, preso às ferragens.

Não é possível! Estou morto.

Ficou ali por mais umas duas horas, quando um motorista de caminhão avistou o corpo do cavalo sem a cabeça no acostamento, logo imaginou que deveria ter acontecido algum acidente, acionou o serviço de emergência da rodovia que descobriram o carro de Alfredo.

Com muito custo a equipe de socorro conseguiu chegar até o lugar onde estava o carro, Alfredo sentado na grama com pernas encolhidas e abraçadas, a tudo assistia completamente imóvel, parecia estar assistindo a um filme, quando um dos socorristas parou bem a sua frente, abaixou-se olhou diretamente nos seus olhos, não falou nada, levantou-se e foi ajudar ao outro socorrista que tirava o corpo de dentro do carro, o colocaram deitado na grama, pegaram o desfibrilador e começaram a fazer as manobras padrões de ressuscitamento, de repente um dos socorristas grita, ele está vivo, imediatamente Alfredo começa a sentir dores terríveis e como por milagre novamente está dentro daquele corpo agora completamente destruído.

Passados quase três meses, Alfredo recebe alta do Hospital e é recebido com muito amor por seus familiares, nascia ali um homem completamente diferente.

Pensava consigo mesmo, um dia ainda irei ao encontro daquele socorrista que o avistou fora do seu corpo.

Silvio Klinguelfus Junior.
  










14 de maio de 2020

ADEUS SONHOS




Morreu hoje Tonho.

Super-herói brasileiro.

Para sobreviver, vendia sonhos.

Era parte do grupo de risco:

- Era marido

- Tinha esposa.

- E dois filhos menores.

.

45 anos de idade, trabalhador.

Há dois anos desempregado.

Que dilema: 

- Pegar o Covid-19.

- Morrer de fome.

Melhor vender os sonhos.

Que a esposa tão bem fazia.

.

Tonho de máscara trabalhava.

Uma cidadã, implicou.

Do celular o denunciou.

Aos fiscais chamou.

Vieram mais rápido que o vírus.

Para não perder o sustento.

Tonho tudo juntou.

.

Dos caçadores de vírus correu.

Só não deu tempo.

De no ônibus subir.

Morreu estatelado.

Todos, até o vírus, sumiram.

Só ficaram mesmo.

Tonho e os seus sonhos.

.

Silvio K. Jr

9 de maio de 2020

EMPATIA





Olhos inchados e cara de cansado, indicavam que Rafael havia tido uma noite péssima, sempre alegre, porém, nessa manhã ele estava taciturno, não quis saber de um bate papo com os amigos antes de começar o dia. Chegou no escritório no horário habitual, logo se trancou na sua sala, tirou o telefone do gancho, desconectou o celular, pegou alguns casos que estavam há tempos parados em sua mesa, resolveu todos, nem almoçou e o dia passou rapidamente, já passava um pouco mais das 17:00 h, e antes de deixar o escritório, despachou com a sua assistente, que se assustou com a quantidade de trabalho que ele conseguiu produzir em tão pouco tempo, deu as coordenadas para que ela distribuísse corretamente e imediatamente todas as ações de forma digital no site do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Naquele dia, não quis descer de elevador os vinte e dois andares que separavam o escritório do subsolo, resolveu fazê-lo pela escada, simplesmente não queria falar com ninguém, em seu íntimo desejava que o dia terminasse. Durante a descida acabou se deparando com um senhor sentado em um degrau com olhar vago e triste, passou rapidamente por ele sem cumprimentá-lo e continuou a descida envolto em seus próprios pensamentos, quando chegou ao subsolo onde seu carro estava estacionado, por um segundo pensou naquele homem sentado na escada, provavelmente ele também esteja em um dia ruim e não quisesse conversar, chegou até dirigir-se a portaria para avisar o segurança que talvez pudesse ver se àquele senhor estava precisando de algo, mas mudou de ideia, não era problema dele. Assim pegou o seu carro e seguiu para a sua casa, mas, algo havia mudado em seus pensamentos, agora a imagem daquele senhor não saia da sua mente. Do carro ligou para o office-boy do escritório, que não atendeu, iria pedir para ele ir até aquele senhor e perguntar se estava precisando de algo.

Ao entrar em sua casa, pode observar que as coisas da sua companheira não estavam mais onde costumavam estar, dirigiu-se ao quarto, abriu a porta que dá acesso ao closet, o lado que pertencia a ela e mais a metade do lado dele, estava completamente vazio, realmente ela havia cumprido a promessa. Rafael não entendia como aquilo pode acontecer com ele, aparentemente estava tudo bem, é inevitável um relacionamento de quase dez anos não ter desgaste, entretanto, não havia discussões em excesso, a situação financeira era estável, faziam planos para o futuro, até mesmo pensavam em ter um filho.

Meio que conformado, tirou o terno, deixou-se cair na cama, estava acabado, imaginou como seria de agora em diante, como encontrar com ela todos os dias no escritório, com certeza ainda a amava, acabou adormecendo e acordou apenas no dia seguinte com o seu celular tocando, ainda sonolento, atendeu:

- Alô.

- Rafael, graças à Deus você está bem, onde você estava? Estou tentando falar contigo desde o começo da noite de ontem, fui até a sua casa, toquei a campainha, bati a porta.

- Oi Pai, tomei um remédio para dormir, e acabei desmaiando. O que houve?

- Eu estava muito preocupado com você filho e com a Patrícia, mas que bom que vocês estão bem.

- Obrigado Pai.

- Rafael você não está sabendo, não é?

- Sabendo do que Pai? Diga logo, estou com muita dor de cabeça.

- O edifício onde vocês têm o escritório.

- O que tem Pai?

- Sofreu um atentado e desabou em ruínas, as imagens da segurança da companhia de monitoramento do alarme, gravaram um senhor colocando alguns dispositivos em vários andares e, depois, o mostraram sentado na escada.

- Meu Deus. Que horas foi isso Pai?

- Pelo o que eu vi na televisão, ainda não eram 18:00 h.  

- O prédio ainda estava praticamente cheio, o pessoal de meu escritório só encerra as atividades as 18:00 h. Meu Deus, a Patrícia!

- O que tem a Patrícia, filho?

- Ela não está aqui, eu não sei se ela também estava no escritório.

- O telefone dela também não atendeu filho. Mas, como assim, você não sentiu falta dela na sua casa ontem.

- Pai, eu e a Patrícia terminamos, e ontem ela saiu de casa, não a vi durante o dia todo, e no trabalho entrei e sai sem falar com praticamente ninguém.

- Meu Deus filho, acho que você deveria ir até lá.

- Tchau pai.

Rafael ligou a televisão para ver as notícias, enquanto tentava ligar para os seus amigos do escritório, absolutamente ninguém atendia as ligações, viu que tinham algumas ligações não atendidas no celular, reconheceu os números, duas do escritório, uma da sua assistente e uma da Patrícia às 18:01 h, havia também uma mensagem deixada na sua caixa postal, ao começar ouvi-la imediatamente reconheceu a voz da Patrícia, ela estava com um voz de desespero e dizia:

- Rafael, meu Deus, está tudo pegando fogo, por favor, me ajude; em seguida um barulho altíssimo; e novamente a voz da Patrícia, agora parecia mais calma: Rafael eu te amo, se cuida.

Se vestiu rapidamente seguiu até o prédio do escritório, ao chegar, o quarteirão estava cercado pela polícia, viaturas do corpo de bombeiros, ainda apagavam alguns focos do incêndio, se identificou como proprietário de uma das salas, deixaram-no aproximar, reconheceu algumas pessoas que trabalhavam no prédio, mas, nenhuma do seu escritório, pode ver ao longe o carro da Patrícia estacionado na parte externa do então edifício, foi até lá em uma esperança vã de encontrá-la viva, observou através dos vidros cobertos de poeira, que o carro estava cheio com as coisas dela, provavelmente não tivera tido tempo de descarregar no hotel, olhando mais atentamente, pode ver no console do carro a aliança de casamento, uma lágrima escorreu pela sua face, a dor era insuportável, perder a esposa e todos os seus amigos e companheiros de trabalho de uma só vez.

De repente, uma voz o trouxe de volta a razão:

- Dr. Rafael, graças a Deus o senhor está bem.

- Obrigado Pedro. Que tragédia. Ainda bem que você está vivo.

Pedro era o office-boy do escritório.

- Estou vivo graças ao senhor e a Dra. Daniella.

- Por que Pedro?

- O senhor havia pedido para Daniella distribuir as suas ações digitalmente ainda ontem, porém, uma delas, o processo não era digital, então me pediu para levá-la no carro da firma até o Fórum que fechava as 19:00 h.

 - E como está a Daniella?

- Nós estávamos saindo do prédio quando tudo aconteceu, eu já estava com o carro parado na recepção, quando um pedaço da marquise caiu e a pegou de raspão. Ela está internada, apenas com algumas escoriações.

- Nossa.

- Pedro, sabe se mais alguém do escritório sobreviveu? Viu a Dra. Patrícia?

- Que eu saiba, mais ninguém. A Dra. Patrícia, quando o senhor saiu, foi até a sua sala, depois não a vi mais.

- Obrigado Pedro. Se cuida.

Rafael entrou em uma crise de choro, um turbilhão de pensamentos tomou conta da sua mente, de repente a imagem daquele homem sentado na escada, fixou-se nela, aquele rosto, quem seria aquele homem que acabou com milhares de vidas. Resolveu procurar pela polícia, ao se identificar e contar a sua história, o delegado lhe mostra a imagem do momento que ele passou pelo senhor nas escadas, eram 17:15 h, aquele senhor ficou sentado ali até as 18:00 h, quando as bombas explodiram.

Um sentimento de culpa tomou conta de Rafael, ele poderia ter evitado aquele atentado, sua esposa estaria viva e os seus amigos e milhares de outras pessoas também. O delegado percebeu o que estava passando pela mente de Rafael, disse a ele, que aquele senhor havia sido o engenheiro chefe da construção daquele edifício, que cobrava na Justiça uma quantia significativa que a Construtora lhe devia. Imediatamente Rafael se lembrou daquela história. Aquele senhor era cliente do seu escritório de advocacia. Um dos casos que ele havia pedido para a sua assistente distribuir era justamente o daquele senhor. A sentença havia saído e ele tinha ganho a causa, o pedido que Rafael havia feito naquele dia, era para justamente penhorar 14 salas daquele mesmo prédio que ainda não haviam sido vendidas pela Construtora, para o pagamento da ação.

Rafael estava em choque.

Chega uma mensagem em seu celular.

Informamos que pedido feito no processo de indenização de n. 05000500-8.32-000, foi deferido.

Silvio K. Jr.

QUANDO CHEGA O MOMENTO...



Chega uma hora na vida da gente, que parece que tudo vai dar errado.


E nem adianta tentarmos nos enganar, vai acontecer de qualquer jeito, queiramos ou não.


E quando acontece, é só você.


Então, ao chegar esse momento, nós só temos duas opções:  

- Sentar e chorar.

ou

- Colocar as mãos-a-obra. 


A escolha é exclusivamente nossa.


Em vez de ficarmos criticando aos outros, deveríamos ser mais críticos conosco mesmos.


Faça alguma coisa para mudar a sua própria vida.


Assuma a sua missão.


Seja você também um agente do bem.


Forte abraço.


Silvio K. Jr.

DEVEDORES


Somos devedores eternos da humanidade.


Assim sendo, chega de julgamentos.


Adotemos, pois, a ponderação em nossas atitudes.


Quando aprendemos a respeitar aos outros, passamos a ser respeitados.


Que tenhamos verdadeiramente olhos de ver e ouvidos de ouvir.


E o nosso falar, seja: Sim, sim; Não, não.


Aprendamos com a sabedoria Divina, que as nossas glórias materiais são efêmeras, enquanto as nossas conquistas espirituais são perenes. 


Forte abraço.


Silvio K. Jr.

6 de maio de 2020

MORTE NA ALTA SOCIEDADE





Maria Antonieta, 38 anos, conhecida socialite Campineira, famosa pela sua espontaneidade, riso fácil e amigável, mas, principalmente era reconhecida pelos seus porres homéricos e gafes monumentais, enfim, ela era a alegria das festas.

Infelizmente foi encontrada morta em seu apartamento, o laudo da autópsia constou como sendo a causa mortis, overdose de cocaína. O médico responsável ainda atestou que ela se encontrava grávida de quatro meses.

Uma tristeza momentânea, porém, verdadeira, recaiu sobre a badalada alta sociedade de Campinas – SP., realmente Maria Antonieta era muito querida.

Uma dúvida estava na cabeça de todos, quem seria o pai da criança que ela carregava em seu ventre. Muitas especulações surgiram. A polícia fez o DNA do feto para futuras averiguações que se fizessem necessárias, mas deu como encerrada a investigação.

Embora morasse sozinha, Maria Antonieta tinha mãe e irmãos, todos moradores de Campo Grande – MS., sendo que a sua irmã mais velha Margareth era sua confidente. O anúncio da sua morte causou muito pesar na família, que embora residentes em cidades distantes eram muito próximos, eles não se conformavam, em especial Margareth, que sabia dos planos da irmã e que embora gostasse de beber nas festas, praticamente era abstêmia fora delas, usuária de drogas então, muito menos.

Passada uma semana da morte, sua irmã, procurou a polícia de Campinas - SP., para contar o histórico da irmã e principalmente sobre quem era o pai da criança e qual era a real posição dele sobre o fato dela estar grávida.  A delegada que a atendeu tomou um choque quando da revelação do nome, de antemão já sabia, que se essa informação vazasse, ela teria muito trabalho pela frente. Sabia também, que a família de Maria Antonieta, abastados pecuaristas de Mato Grosso do Sul, já tinha contratado um renomado investigador policial que de imediato encontrou falhas na precipitada decisão da polícia de Campinas de ter posto um fim na investigação.

Como nada fica em segredo no Brasil, logo um boato sobre a paternidade da criança se espalhou pela cidade, causando grande reboliço, principalmente na família de Jerônimo. Um dos industriais mais bem sucedidos do Brasil, diretor de um conglomerado de indústrias, ele estava na berlinda. Sua esposa, já o havia colocado contra a parede, exigiu-lhe a verdade, o que não foi negado. A situação de Jerônimo era difícil, pois toda a riqueza que ele ajudou a quintuplicar era da família da esposa, sendo o seu sogro o atual presidente da empresa.

A delegada responsável pelo caso, conseguiu na justiça que o industrial fosse obrigado a fazer o teste de DNA., que deu positivo. A partir dai uma nova linha de investigação foi aberta, para saber se Jerônimo tinha ou não envolvimento com a morte de Maria Antonieta e do agora também seu filho.

O investigador particular contratado pela família de Maria Antonieta, havia tomado outro rumo nas investigações, sabedor de toda a história, não resolveu perder tempo com Jerônimo, embora o considerasse culpado, sabia que dificilmente pessoas desse nível sujam as mãos, normalmente contratam alguém.

Assim as duas investigações corriam em paralelo, a delegada ouvia o acusado e a sua família, enquanto o investigador corria pelo submundo de Campinas. A delegada ouviu de Jerônimo, que fora um caso esporádico, que infelizmente ela engravidou, mas, que Maria Antonieta não havia feito nenhuma exigência, alegando que criaria a criança sozinha, rompendo relação com ele, a delegada sabia pelo depoimento da irmã e também pelos e-mails apurados no computador da agora vítima e que foram trocados entre eles, que a posição dele realmente era outra; Sem falar a respeito, a delegada deu-lhe nova chance de mudar o seu depoimento, o que não foi feito.

O investigador, finalmente chegou até uma pista que poderia levá-lo ao autor do crime, tratava-se de um conhecido traficante, que fornecia aos ricos da cidade, parece que ele havia comentado que um crime tinha sido encomendado a um assassino de outro Estado. Assim que conseguiu ficar frente a frente com o traficante, foi sincero com ele, sei que você não é o autor, quero que saiba que o que vamos conversar fica aqui, que eu preciso de uma informação, que se ela for quente, dinheiro não é problema. Saiu de lá, apenas com o um nome e um Estado, João-Tinhoso de Sergipe.

A delegada diante das evidências, principalmente dos e-mails trocados por Jerônimo e Maria Antonieta, não tinha mais dúvidas do envolvimento dele na morte da socialite, porém, faltavam alguns detalhes fundamentais para poder fechar a investigação.

Passado um mês, finalmente o investigador consegue depois de muito custo, encontrar no interior de Sergipe, João-Tinhoso. De imediato achou que tinha ido ao encontro da pessoa errada, ou que era um golpe para testá-lo, pois tratava-se de um jovem muito bem afeiçoado e inteligente, nem de longe lembra a figura de um assassino como conhecemos ou imaginamos. Para se aproximar, o investigador usou o pretexto de contratar os seus serviços, e somente depois de muita insistência, conseguiu através da internet, marcar o encontro. Depois de revelado o motivo do encontro, o jovem assassino se transformou, achou que tinha sido apanhado pela polícia, tentou fugir, mas foi detido pelo investigador que estava armado e acompanhado de mais quatro seguranças, ele foi claro na pergunta, eu sei o seu preço, esta aqui o dinheiro, de você eu só quero o nome do mandante do assassinato.

De volta a Campinas o investigador procura pela delegada, que lhe disse não ter dúvidas do envolvimento de Jerônimo. O investigador com toda a calma, diz a delegada que ela está redondamente equivocada, que o assassino de Maria Antonieta foi o sogro de Jerônimo.

A delegada desacreditou de imediato, mas diante da certeza do renomado investigador, resolveu chamar o sogro para depor, que sucumbiu as evidências apresentadas, confessando o crime. Alegou que Jerônimo o havia procurado, contado do ocorrido, que estava apaixonado por Maria Antonieta, que iria se divorciar e abandonar os negócios da família. Pensou que se Maria Antonieta viesse a morrer, nada disso aconteceria, sua filha nunca ficaria sabendo e os negócios continuariam bem. Esse foi o maior erro que ele cometeu, hoje aos 70 anos, está preso, e de dentro do presídio acompanha a derrocada da sua família, Jerônimo se foi, sua filha se suicidou, a família se dividiu, as empresas foram cindidas e muitas faliram.

Pela primeira vez em sua vida, pensou em Deus. Sem dúvida o orgulho, a vaidade e o egoísmo, são como rachaduras em nossa alma, e Deus utiliza-se até mesmo delas para iluminar os pensamentos mais sombrios.

Silvio Klinguelfus Júnior