FÉ
Deus tocou o meu coração e minha alma,
abrindo meus olhos para a verdadeira essência da vida.
30 de maio de 2020
QUAL O NOSSO DOM?
Descubra qual é o seu dom, àquilo que você nasceu para fazer e o exerça.
Essa é a nossa missão, fazer o nosso melhor.
Exercer o dom que nos foi concedido é estar com Deus.
Então, mãos a obra.
Silvio K. Jr.
CONTAMINADOS
Mágoa vem de "má água", água podre, parada.
O corpo humano é composto basicamente entre 70 a 75% de água.
Assim se guardamos mágoas, somos constantemente contaminados.
Simples assim.
Amargura, tristeza e desgosto, esses são alguns dos sintomas que as mágoas causam, se nos sentimos assim, provavelmente estamos contaminados.
Silvio K. Jr.
PANDEMIA
Sobre a pandemia...
Acreditem, todos estamos errados, ninguém tem razão, e a vaidade e o orgulho em absolutamente nada ajudam.
Para uns enfrentar a morte é o maior temor, para outros, é o fracasso.
É nítido que precisamos de ajuda.
O melhor lugar para se estar é na companhia de Deus.
Silvio K. Jr.
Ps. Que Deus nos abençoe hoje e sempre.
TUDO NO SEU TEMPO
Ninguém precisar salvar ninguém.
Entendido!
A nossa obrigação é a de ajudar as pessoas.
Assim, cumprindo com o nosso dever, estaremos em dia com as nossas obrigações.
Se você não entendeu, não se preocupe, um dia todos nós, cada um a seu tempo, iremos compreender.
Que Deus nos abençoe hoje e sempre.
Forte abraço.
Silvio K. Jr.
MUDANÇA DE ROTA
...
Corpo alquebrado.
Mente destruída.
Alma entristecida.
Coração despedaçado.
Pensamentos doentios.
...
Mude você o seu destino
Pense grande.
...
Crie novos relacionamentos.
Leia bons livros.
Adquira conhecimento.
Faça uma oração.
Deixe o amor circular.
...
Lembre-se:
Você já é um VITORIOSO.
...
Silvio K. Jr.
...
ps: Se Deus é por nós, quem será contra nós?
Corpo alquebrado.
Mente destruída.
Alma entristecida.
Coração despedaçado.
Pensamentos doentios.
...
Mude você o seu destino
Pense grande.
...
Crie novos relacionamentos.
Leia bons livros.
Adquira conhecimento.
Faça uma oração.
Deixe o amor circular.
...
Lembre-se:
Você já é um VITORIOSO.
...
Silvio K. Jr.
...
ps: Se Deus é por nós, quem será contra nós?
PRECE
Nós estamos apenas a uma prece de distância de Deus.
Deus nos conhece do avesso, sabe quem somos e o que cada um de nós carrega em seu íntimo.
Ele espera pacientemente pelo nosso despertar.
Assim, o melhor que temos a fazer, é deixarmos de agir como um bando de crianças mimadas, e colocarmos logo os pés na estrada e as mãos a obra.
Caminhar e servir sempre.
Silvio.
29 de maio de 2020
INVESTINDO NO FUTURO.
Estamos
no ano de dois mil e cinco, Antônio é proprietário de uma pequena oficina mecânica
na cidade de Santo André – SP., cuja renda auferida não está sendo suficiente
para arcar com todas as despesas da família, em especial, pelo fato da sua
esposa estar em tratamento contra um câncer de mama bem agressivo.
Antônio
já vivenciou outra realidade, no começo dos anos dois mil, era proprietário de
uma oficina de porte médio para grande, tinha 30 funcionários, tirava um
pró-labore significativo, conseguia pagar os estudos dos filhos, plano de saúde
de primeira linha para todos, a oficina ficava em prédio próprio, assim como
também o era a sua casa.
Pensando
em crescer ainda mais, se iludiu com a oferta para prestação de serviço a uma
seguradora de grande porte, o que exigiu dele um investimento altíssimo, sendo que
foi necessário ir ao mercado conseguir crédito para adequar a sua oficina aos
padrões exigidos, o que acabou sendo feito, porém, teve que dar o prédio da oficina bem como a sua casa
como garantia do empréstimo.
Infelizmente
ao terminar toda a adequação da oficina, passados menos de seis meses a
seguradora alegando mudança de estratégia rompeu o contrato, deixando Antônio
literalmente na mão, não tendo como honrar com seus compromissos, acabou
falindo em menos de um ano, perdendo todos os seus bens.
Voltando
ao ano de dois e mil cinco, Antônio acaba de deixar a esposa para mais uma
sessão de quimioterapia em um hospital público de Santo André – SP., ficando de
retornar no final da tarde para buscá-la.
De
volta a sua pequena oficina, onde trabalha com o seu filho mais velho de 25
anos de idade, já o filho mais novo com 21 anos de idade, está cursando o último
ano da faculdade de engenharia elétrica e faz estágio há dois anos em uma
grande empresa multinacional instalada na cidade, com grandes chances de ser
contratado. O filho mais velho teve que abandonar o curso de engenharia
mecânica, por falta de condições financeiras. Antônio cumprimenta o filho, e
segue para o pequeno escritório localizado nos fundos da oficina, verifica os
boletos em atraso, vê os que conseguirá pagar naquele mês, são bem poucos, ao
abrir a gaveta para guardar os boletos que não serão pagos, vê um cartão de
aposta da Mega Sena, que já havia corrido a duas semanas e ele ainda não tinha
conferido.
Separa
os boletos que vão ser pagos e mais o cartão de aposta. Começa o seu dia na
oficina, o tempo passa depressa, logo é hora do almoço, Antônio pega os boletos
e o cartão de aposta e segue até ao banco, faz os pagamentos e em seguida passa
na lotérica. Olha uma vez, não acredita, olha a segunda, não pode ser, limpa os
olhos, verifica de novo, não é possível, ele sem sombra de dúvidas era o
ganhador. A euforia tomou conta, se controlou, guardou o cartão, já estava na
hora de pegar a esposa no hospital, assim o fez e retornou para casa.
Naquela
noite não dormiu direito, amanhecendo o dia, se arrumou, disse a família que o
advogado o havia chamado para falar sobre a ação que movia contra a seguradora,
e com essa desculpa seguiu para a agência da Caixa Federal, onde foi informado
pelo gerente que o prêmio total daquele sorteio fora de cinquenta e um milhões
de reais e que teve apenas cinco ganhadores, o que dava a ele a bagatela de
R$10.200.000,00.
Antônio
tomou uma decisão naquele momento de não contar a absolutamente ninguém, pediu
sigilo absoluto ao gerente, deu carta branca a ele para que fosse feito os investimentos
necessários. José que tinha acabado de ser promovido a gerente não acreditava
na sorte que teve em atender aquele senhor, assim Antônio, deixou investido em várias
aplicações conforme orientações do gerente o valor de R$9.500.000,00 e o restante
deixou em uma conta corrente.
De
volta a sua casa, disse que havia ganho a ação de indenização contra a
seguradora no valor de R$700.000,00, cuja quantia seria suficiente para pagar o
tratamento contra o câncer em um hospital particular e que o filho poderia
retornar a cursar engenharia e ainda sobraria dinheiro para reformar a pequena
oficina.
O
tempo foi passando, a mulher de Antônio se curou, os filhos se formaram e
começaram a vida profissional, e a oficina cresceu.
Agora
estamos no ano de dois mil e dezenove, Antônio está prestes a completar 70 anos
de idade, e as únicas regalias que se concedeu de todo aquele dinheiro foi a
aquisição de uma chácara, localizada em um condomínio na serra do mar, seu
refúgio nesses últimos quinze anos, lá viveu e ainda vive momentos felizes com
a sua esposa, filhos e agora netos. E a outra aquisição foi um fusca 1964,
placa preta, que cuida com todo carinho do mundo.
Antônio
decidiu que na festa em comemoração dos seus 70 anos de idade, irá contar sobre
o prêmio da loteria que havia ganho há 15 anos, e da sua felicidade em ter a
esposa ao seu lado e em ver os filhos transformados em pessoas responsáveis e
pais de família. Para isso, precisava saber o quanto aquelas aplicações tinham-lhe
rendido, ao chegar no Banco e se identificar, o gerente geral da agência veio
ao seu encontro, e para a surpresa de Antônio, era o mesmo gerente da época em que abriu
a conta:
- José
não acredito que você ainda está por aqui!
- Nem
me fale Antônio, mas, sou eu que não acredito que em todos esses anos, o senhor
não tenha sacado um centavo sequer daquele dinheiro.
- Você
cuidou bem dele para mim José?
- Claro
que sim! Bati todas as minhas metas nos últimos quinze anos graças ao senhor.
- E
quanto eu tenho José?
- O senhor
tem até o presente momento a quantia de aproximadamente trinta e seis milhões
de reais.
- Acho
que já dá para gastar um pouquinho.
- Também
acho.
- José
os meus filhos ainda têm conta aqui, correto?
- Eles
possuem sim.
- Por
favor, separa para mim R$700.000,00 e divida o restante na conta dos dois.
- Será
feito Antônio.
-
Obrigado José.
Durante
a festa de aniversário, Antônio chama a esposa e dois filhos para a sala, conta
toda a história, entrega nas mãos dos filhos os comprovantes de transferências.
A esposa
e os filhos estão espantados e sem palavras.
Antônio
quebra o silêncio, me perdoem não ter contado antes, mas que eu saiba ninguém
aqui passou necessidade alguma nesses quinze anos. Passamos?
Não. Responderam
unânimes.
Da
mesma forma que eu me deixei levar uma vez pela minha ganância e fui a falência
total, fazendo todos sofrerem, principalmente a mãe de vocês, fiquei com medo
que não conseguisse que os meus filhos se tornassem homens de fibra se a vida lhes
fosse fácil demais.
Peço
desculpas a todos, mas, vocês são o meu prêmio maior.
Todos
se emocionaram e agradeceram ao pai e ao marido, que sempre esteve presente em
todos os momentos daquela família
Antônio
pergunta aos filhos, o que vocês vão fazer com todo esse dinheiro?
Pai, pelo
visto o gerente José, vai continuar batendo as suas metas por muito tempo.
Silvio
Klinguelfus Junior
24 de maio de 2020
PAIXÃO PELAS DUAS RODAS
Arthur
seguia pela estrada, quando vê pelo retrovisor algumas motos se aproximando em
alta velocidade, na sequência passam zunindo por ele seis motos. Imediatamente lágrimas
começam a brotar em seus olhos e a escorrer pela sua face, pensava consigo
mesmo, como é difícil conviver com essa dor, ao seu lado a sua esposa emudece e
vira o rosto no sentido oposto na tentativa de esconder do marido as suas
lágrimas.
Andar
de moto sempre foi uma paixão de Arthur, viajou o mundo em duas rodas com a
esposa na moto ao lado, os seus dois filhos herdaram essa paixão, desde muito
pequenos viviam o mundo das duas rodas, tudo naquela família envolviam motos.
Os
negócios estavam bons, a vida corria prazerosa, trabalho árduo, mas,
recompensador, negócio próspero, viagens, casas de campo, praia e no exterior,
carros, motos e barcos, dois filhos maravilhosos, um casamento perfeito.
Tudo
mudou com um telefonema em um domingo de manhã.
- Alô.
- Sr.
Arthur?
- Sim.
- Aqui
é o Dr. Michelson do Grupo de Resgate da Rodovia Bandeirantes.
- Pois
não.
-
Houve um acidente com motos, seus dois filhos foram envolvidos e infelizmente
não sobreviveram.
Atônito,
Arthur não conseguia mais concatenar as ideias, deixou o telefone cair, sua
esposa pegou o telefone para logo depois entrar em choque.
Já se passaram
cinco anos e esse assunto não foi resolvido pelo casal, que viu a vida mudar
radicalmente, os negócios seguem bem, entretanto, a vida como eles conheciam já
não é mais a mesma, como disse certa vez a sua esposa, ela perdeu o colorido. Eram
dois zumbis cumprindo obrigações esperando pela hora da partida, na esperança de
um encontro tão aguardado.
De
repente, Arthur bate a mão com toda a sua força no volante do carro, fazendo
com que a sua esposa saísse do transe em que se encontrava, eles haviam saído
da cidade de Itu – SP., onde moram e estavam seguindo pela Rodovia do Açúcar, sentido
Indaiatuba – SP., onde fica a sede da empresa deles, e Arthur comunica a esposa
a decisão que acabará de tomar.
Assim
que chegaram na sede da empresa, Arthur liga para o seu amigo, dono de uma
Concessionária de Motos e encomenda uma motocicleta. Um mês depois, diante da
incredulidade da família, amigos e funcionários, o casal segue viagem rumo ao
deserto do Atacama no Chile. A primeira parada deles foi bem próxima de casa,
mas pareceu uma eternidade para eles, foi exatamente aonde aconteceu o acidente
com seus filhos, ficaram lá parados por algumas horas, sem saber se deviam
seguir em frente ou não, choraram, se abraçaram, deram risadas, lavaram a alma,
subiram na moto e partiram leves. Trinta e cinco dias depois da partida,
retornam para a casa, totalmente revitalizados, realmente a viagem funcionou
como uma catarse.
Na
viagem tomaram a decisão de começar tudo de novo, não podendo terem mais filhos
devido a idade, resolveram adotar uma criança, depois de muitas idas e vindas a
diversos orfanatos de várias regiões do Estado, desistiram de adotar uma criança
e resolveram adotar o orfanato mais humildade que eles conheceram. Hoje eles
são, podemos assim dizer, os pais adotivos de quarenta e cinco crianças do
Orfanato Nossa Senhora dos desamparados.
Se o
amor tivesse cores, provavelmente, nunca se veria tantas cores como as que rebrilham naquele lar.
Deus
pediu de volta duas joias raras que havia concedido a eles por empréstimo, mas,
em troca, concedeu uma mina cheia de pepitas a serem lapidadas pelo amor desse
casal.
O céu
está em festa e sob os olhares dos filhos tão amados, comemoram juntos o
renascimento do casal.
Silvio
Klinguelfus Junior
23 de maio de 2020
A FLORESTA
A
escuridão aterrorizante naquela fatídica madrugada, era algo de sobrenatural,
no céu nenhuma estrela, nem mesmo a lua conseguia penetrar com a sua luz as
densas nuvens escuras que insistiam em cobrir a floresta que naquele momento
parecia até mesmo ser macabra.
Antonella
a única sobrevivente de um acidente aéreo na Região do Alto Xingu, que se
localiza na região nordeste do Estado do Mato Grosso, na porção sul da Amazônia
brasileira.
Um
avião Cessna – 206, de prefixo argentino, deixou o seu país de origem com seis
ocupantes, sendo dois tripulantes e quatro passageiros, entre eles Antonella,
seu destino final a Amazônia brasileira, após duas escalas em cidades
brasileiras, seguiu ao rumo final; infelizmente foi engolido por uma tempestade
severa que se formou inesperadamente, situação relativamente comum naquela
região, devido à grande circulação de brisas fluviais. O pequeno avião não teve
chances, obrigando os pilotos a tentarem um pouso de emergência em um grande
rio da região.
Somente
Antonella veio a sobreviver àquele pouso forçado. Após lutar com todas as
forças pela sua vida, conseguiu deixar o rio chegando até a sua margem, a chuva
era torrencial, desnorteada, seguiu pelas margens acompanhando a correnteza,
entretanto, não é fácil caminhar por essas margens, resolveu entrar na mata na
esperança de encontrar alguma trilha.
Logo a
noite chegou e foram horas de terror, a chuva passou, deixando um rastro de
destruição naquela parte da floresta com muitas árvores caídas.
Imaginou
não ter muitas opções, nenhum grupo de resgate viria a procura de sobreviventes
naquele momento, o avião estava submerso e ficou claro que o piloto não havia
conseguido manter contato com a torre de controle durante aquela tempestade.
Argentina,
Antonella já havia feito essa viagem dezenas de vezes, ela é uma experiente
guia para cientistas e alunos de biologia do seu país, que procuram desenvolver
os seus conhecimentos em “in loco” nas florestas. Já havia passado por diversas
situações inusitadas nessas viagens, mas nenhuma se compara a essa.
Esgotada,
no limite das suas forças, agora se depara com uma escuridão que jamais havia
visto na floresta, os barulhos dos animais a amedrontavam ainda mais, sabia que
aquela região era perigosa que se parasse seria uma presa fácil, e assim seguiu
em frente, e de repente o chão sumiu debaixo dos seus pés, desceu rolando por
uma encosta íngreme, durante a queda ia se chocando com diversos obstáculos naturais,
até que sente a sua cabeça bater contra uma pedra e em seguida apagou
completamente.
Ao
acordar, se surpreendeu por não estar mais na floresta, sentiu de imediato um
cheiro muito forte e os seus olhos lacrimejaram com tanta fumaça, demorou um
pouco para perceber que estava dentro de uma oca (construção indígena), aos
poucos, conseguiu a muito custo se levantar, ao passar as mãos pelo seu corpo
percebeu estar extremamente magra, ao tocar a sua cabeça, sentiu falta dos cabelos
e pode perceber uma grande afundamento da sua caixa craniana, não tinha mais
ninguém ali dentro, aparentemente não havia uma porta de acesso ou saída, e
assim foi tateando as laterais da oca, até encontrar uma espécie de abertura.
Do
lado de fora, o sol brilhava forte, demorou alguns minutos para que os seus
olhos se acostumassem a claridade, nesse ínterim, ela sentiu ser tocada por várias
mãozinhas, assim que recuperou a visão plena, pode ver que eram indiozinhos que
estavam ao seu lado, logo vieram os índios adultos da tribo, que tentavam se
comunicar, porém, em um idioma que ela jamais tinha escutado.
Era visível
para Antonella que os índios estavam felizes pela sua recuperação, e com o uso
de muita mímica as coisas foram se acalmando, porém, os dias passavam rápidos,
e ficava claro para ela, que aquela tribo pouco contato tinha com a civilização
tal qual a conhecemos.
Perderá
as contas de quanto tempo já estava tribo, passou a fazer parte dela, ajudava
na preparação dos alimentos, participava dos rituais, enfim, poderia
considerar-se totalmente adaptada àquela realidade, se recuperando totalmente
fisicamente.
Em uma
certa manhã seu coração dispara ao perceber a chegada de uma caminhonete na tribo.
O motorista toma um susto ao vê-la, ele a reconheceu imediatamente dos noticiários
da televisão, que cobriram o acidente aéreo e as buscas que duraram um mês.
A
primeira coisa que Antonella perguntou foi em que dia do ano estávamos e surpreendeu-se
ao perceber que já haviam passados quase quatro meses do acidente. Esclarecidos
todos os acontecimentos, ficou acertado que no dia seguinte ela iria com ele
até a cidade mais próxima para de lá serem tomadas todas as providências para o
seu regresso a Argentina.
Naquela
noite, aproveitando que o motorista falava o idioma indígena, aproveitou para
agradecer a todos por terem salvado a sua vida, e acabou descobrindo como fora
o seu resgate. Disseram que a encontram caída e semimorta na base de uma
encosta, com um ferimento enorme na cabeça, muitos machucados pelo corpo e coberta
por muitos insetos, principalmente de formigas que já lhe haviam picado quase
que completamente, a trouxeram para tribo e começaram cuidar dela, durante dois
meses permaneceu em coma. Segundo ela e o motorista puderam deduzir, os índios acreditavam
que havia contraído malária o que agravou muito o seu quadro.
Extremamente
grata, Antonella, deixa aquela tribo para trás, com a certeza de voltar um dia.
Ao desembarcar na Argentina, estava sendo aguardada por seus filhos, parentes,
amigos e muitos jornalistas, ansiosos para saber detalhes da história mais inacreditável
que eles até então tinham conhecimento.
Lágrimas
insistiam em cair dos olhos de Antonella, que agora em casa com os seus filhos em
seu colo, não via a hora de levá-los todos para conhecer a tribo onde ela
nasceu novamente.
16 de maio de 2020
VIAJANDO EM ALTA VELOCIDADE...
Alfredo
trafegava pela Rodovia da Anhanguera, retornando para São Paulo, já era quase
uma 1:00 h da madrugada de uma sexta-feira, a estrada estava praticamente vazia, ainda faltavam uns 300
quilômetros e o sono começou a pegar.
Em vez
de parar e descansar, acreditou na sua capacidade física e na sua perícia como
motorista, abaixou um pouco os vidros, aumentou o som, como o seu carro tinha
GPS que indicava a localização dos radares, acreditou que se andasse acima do
limite de velocidade permitido, isso lhe aumentaria a concentração.
Viajando
agora em alta velocidade, aparentemente o sono tinha dispersado, mas bastou uma
piscada mais demorada, não mais que dois segundos, ao abrir os olhos, não teve
tempo de reação, um cavalo atravessa a pista bem a sua frente, a 220 km/h., o
cavalo simplesmente adentrou ao carro, a BMW X7 ano 2020 de Alfredo, capotou 8
vezes antes de despencar de cima de uma ponte, caindo em um pequeno riacho.
Alfredo
ao recobrar a consciência, toma um susto ao dar de cara com a cabeça do cavalo ao
seu lado, sem saber como, consegue deixar a cabine, olha para o seu carro, que
estava completamente destruído, nem ele próprio acreditava ter sobrevivido ileso
a esse acidente e inexplicavelmente estava se sentindo muito bem.
Leva
as mãos aos bolsos, estava sem o celular e a carteira, lembrou que a estrada
estava vazia, provavelmente ninguém presenciou ao acidente, resolveu subir a
encosta utilizando-se da estrutura da ponte, fato esse que também o surpreendeu
dado a facilidade com que superou o obstáculo, inicialmente achou até que não
conseguiria. Ao chegar a estrada, ela continuava vazia, tirou a camisa que era
branca e ficou aguardando que algum carro passasse, não demorou, um caminhão vinha
em sua direção, começou agitar a camisa, estava praticamente no limite entre o
acostamento e a estrada, seria impossível o motorista não vê-lo, infelizmente o
caminhão não parou e assim outros veículos passaram por ele como se não
existisse.
Alfredo
já estava puto com os motoristas, pensava que deveriam estar com medo de
pararem, não conseguem perceber que eu estou com problemas, lembrou novamente
do celular, deveria estar dentro do carro, melhor voltar lá e procurá-lo.
Novamente
se surpreendeu com a facilidade com que conseguiu chegar até o carro, ao se abaixar
para entrar pela janela do carro, Alfredo leva um susto, que o fez por instinto
se jogar para trás. Ele acabará de ver a si mesmo, preso às ferragens.
Não é
possível! Estou morto.
Ficou
ali por mais umas duas horas, quando um motorista de caminhão avistou o corpo
do cavalo sem a cabeça no acostamento, logo imaginou que deveria ter acontecido
algum acidente, acionou o serviço de emergência da rodovia que descobriram o
carro de Alfredo.
Com
muito custo a equipe de socorro conseguiu chegar até o lugar onde estava o
carro, Alfredo sentado na grama com pernas encolhidas e abraçadas, a tudo
assistia completamente imóvel, parecia estar assistindo a um filme, quando um
dos socorristas parou bem a sua frente, abaixou-se olhou diretamente nos seus
olhos, não falou nada, levantou-se e foi ajudar ao outro socorrista que tirava
o corpo de dentro do carro, o colocaram deitado na grama, pegaram o desfibrilador
e começaram a fazer as manobras padrões de ressuscitamento, de repente um dos
socorristas grita, ele está vivo, imediatamente Alfredo começa a sentir dores
terríveis e como por milagre novamente está dentro daquele corpo agora completamente
destruído.
Passados
quase três meses, Alfredo recebe alta do Hospital e é recebido com muito amor
por seus familiares, nascia ali um homem completamente diferente.
Pensava
consigo mesmo, um dia ainda irei ao encontro daquele socorrista que o avistou
fora do seu corpo.
Silvio
Klinguelfus Junior.
14 de maio de 2020
ADEUS SONHOS
Morreu hoje Tonho.
Super-herói brasileiro.
Para sobreviver, vendia sonhos.
Era parte do grupo de risco:
- Era marido
- Tinha esposa.
- E dois filhos menores.
.
45 anos de idade, trabalhador.
Há dois anos desempregado.
Que dilema:
- Pegar o Covid-19.
- Morrer de fome.
Melhor vender os sonhos.
Que a esposa tão bem fazia.
.
Tonho de máscara trabalhava.
Uma cidadã, implicou.
Do celular o denunciou.
Aos fiscais chamou.
Vieram mais rápido que o vírus.
Para não perder o sustento.
Tonho tudo juntou.
.
Dos caçadores de vírus correu.
Só não deu tempo.
De no ônibus subir.
Morreu estatelado.
Todos, até o vírus, sumiram.
Só ficaram mesmo.
Tonho e os seus sonhos.
.
Silvio K. Jr
9 de maio de 2020
EMPATIA
Olhos inchados
e cara de cansado, indicavam que Rafael havia tido uma noite péssima, sempre
alegre, porém, nessa manhã ele estava taciturno, não quis saber de um bate papo
com os amigos antes de começar o dia. Chegou no escritório no horário habitual,
logo se trancou na sua sala, tirou o telefone do gancho, desconectou o celular,
pegou alguns casos que estavam há tempos parados em sua mesa, resolveu todos, nem
almoçou e o dia passou rapidamente, já passava um pouco mais das 17:00 h, e
antes de deixar o escritório, despachou com a sua assistente, que se assustou
com a quantidade de trabalho que ele conseguiu produzir em tão pouco tempo, deu
as coordenadas para que ela distribuísse corretamente e imediatamente todas as
ações de forma digital no site do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Naquele
dia, não quis descer de elevador os vinte e dois andares que separavam o
escritório do subsolo, resolveu fazê-lo pela escada, simplesmente não queria falar
com ninguém, em seu íntimo desejava que o dia terminasse. Durante a descida
acabou se deparando com um senhor sentado em um degrau com olhar vago e triste,
passou rapidamente por ele sem cumprimentá-lo e continuou a descida envolto em
seus próprios pensamentos, quando chegou ao subsolo onde seu carro estava
estacionado, por um segundo pensou naquele homem sentado na escada, provavelmente
ele também esteja em um dia ruim e não quisesse conversar, chegou até
dirigir-se a portaria para avisar o segurança que talvez pudesse ver se àquele
senhor estava precisando de algo, mas mudou de ideia, não era problema dele. Assim
pegou o seu carro e seguiu para a sua casa, mas, algo havia mudado em seus
pensamentos, agora a imagem daquele senhor não saia da sua mente. Do carro ligou
para o office-boy do escritório, que não atendeu, iria pedir para ele ir até
aquele senhor e perguntar se estava precisando de algo.
Ao
entrar em sua casa, pode observar que as coisas da sua companheira não estavam
mais onde costumavam estar, dirigiu-se ao quarto, abriu a porta que dá acesso
ao closet, o lado que pertencia a ela e mais a metade do lado dele, estava completamente
vazio, realmente ela havia cumprido a promessa. Rafael não entendia como aquilo
pode acontecer com ele, aparentemente estava tudo bem, é inevitável um
relacionamento de quase dez anos não ter desgaste, entretanto, não havia
discussões em excesso, a situação financeira era estável, faziam planos para o
futuro, até mesmo pensavam em ter um filho.
Meio
que conformado, tirou o terno, deixou-se cair na cama, estava acabado, imaginou
como seria de agora em diante, como encontrar com ela todos os dias no
escritório, com certeza ainda a amava, acabou adormecendo e acordou apenas no
dia seguinte com o seu celular tocando, ainda sonolento, atendeu:
- Alô.
-
Rafael, graças à Deus você está bem, onde você estava? Estou tentando falar
contigo desde o começo da noite de ontem, fui até a sua casa, toquei a
campainha, bati a porta.
- Oi
Pai, tomei um remédio para dormir, e acabei desmaiando. O que houve?
- Eu
estava muito preocupado com você filho e com a Patrícia, mas que bom que vocês
estão bem.
-
Obrigado Pai.
-
Rafael você não está sabendo, não é?
-
Sabendo do que Pai? Diga logo, estou com muita dor de cabeça.
- O edifício
onde vocês têm o escritório.
- O
que tem Pai?
-
Sofreu um atentado e desabou em ruínas, as imagens da segurança da companhia de
monitoramento do alarme, gravaram um senhor colocando alguns dispositivos em vários
andares e, depois, o mostraram sentado na escada.
- Meu
Deus. Que horas foi isso Pai?
- Pelo
o que eu vi na televisão, ainda não eram 18:00 h.
- O
prédio ainda estava praticamente cheio, o pessoal de meu escritório só encerra
as atividades as 18:00 h. Meu Deus, a Patrícia!
- O
que tem a Patrícia, filho?
- Ela
não está aqui, eu não sei se ela também estava no escritório.
- O
telefone dela também não atendeu filho. Mas, como assim, você não sentiu falta
dela na sua casa ontem.
- Pai,
eu e a Patrícia terminamos, e ontem ela saiu de casa, não a vi durante o dia
todo, e no trabalho entrei e sai sem falar com praticamente ninguém.
- Meu
Deus filho, acho que você deveria ir até lá.
-
Tchau pai.
Rafael
ligou a televisão para ver as notícias, enquanto tentava ligar para os seus
amigos do escritório, absolutamente ninguém atendia as ligações, viu que tinham
algumas ligações não atendidas no celular, reconheceu os números, duas do
escritório, uma da sua assistente e uma da Patrícia às 18:01 h, havia também
uma mensagem deixada na sua caixa postal, ao começar ouvi-la imediatamente reconheceu
a voz da Patrícia, ela estava com um voz de desespero e dizia:
-
Rafael, meu Deus, está tudo pegando fogo, por favor, me ajude; em seguida um
barulho altíssimo; e novamente a voz da Patrícia, agora parecia mais calma:
Rafael eu te amo, se cuida.
Se
vestiu rapidamente seguiu até o prédio do escritório, ao chegar, o quarteirão estava
cercado pela polícia, viaturas do corpo de bombeiros, ainda apagavam alguns
focos do incêndio, se identificou como proprietário de uma das salas,
deixaram-no aproximar, reconheceu algumas pessoas que trabalhavam no prédio,
mas, nenhuma do seu escritório, pode ver ao longe o carro da Patrícia
estacionado na parte externa do então edifício, foi até lá em uma esperança vã de
encontrá-la viva, observou através dos vidros cobertos de poeira, que o carro
estava cheio com as coisas dela, provavelmente não tivera tido tempo de
descarregar no hotel, olhando mais atentamente, pode ver no console do carro a
aliança de casamento, uma lágrima escorreu pela sua face, a dor era
insuportável, perder a esposa e todos os seus amigos e companheiros de trabalho
de uma só vez.
De
repente, uma voz o trouxe de volta a razão:
- Dr.
Rafael, graças a Deus o senhor está bem.
- Obrigado
Pedro. Que tragédia. Ainda bem que você está vivo.
Pedro
era o office-boy do escritório.
-
Estou vivo graças ao senhor e a Dra. Daniella.
- Por
que Pedro?
- O
senhor havia pedido para Daniella distribuir as suas ações digitalmente ainda
ontem, porém, uma delas, o processo não era digital, então me pediu para levá-la
no carro da firma até o Fórum que fechava as 19:00 h.
- E como está a Daniella?
- Nós estávamos
saindo do prédio quando tudo aconteceu, eu já estava com o carro parado na
recepção, quando um pedaço da marquise caiu e a pegou de raspão. Ela está
internada, apenas com algumas escoriações.
-
Nossa.
-
Pedro, sabe se mais alguém do escritório sobreviveu? Viu a Dra. Patrícia?
- Que
eu saiba, mais ninguém. A Dra. Patrícia, quando o senhor saiu, foi até a sua sala,
depois não a vi mais.
-
Obrigado Pedro. Se cuida.
Rafael
entrou em uma crise de choro, um turbilhão de pensamentos tomou conta da sua
mente, de repente a imagem daquele homem sentado na escada, fixou-se nela,
aquele rosto, quem seria aquele homem que acabou com milhares de vidas. Resolveu
procurar pela polícia, ao se identificar e contar a sua história, o delegado
lhe mostra a imagem do momento que ele passou pelo senhor nas escadas, eram 17:15
h, aquele senhor ficou sentado ali até as 18:00 h, quando as bombas explodiram.
Um
sentimento de culpa tomou conta de Rafael, ele poderia ter evitado aquele
atentado, sua esposa estaria viva e os seus amigos e milhares de outras pessoas
também. O delegado percebeu o que estava passando pela mente de Rafael, disse a
ele, que aquele senhor havia sido o engenheiro chefe da construção daquele
edifício, que cobrava na Justiça uma quantia significativa que a Construtora lhe
devia. Imediatamente Rafael se lembrou daquela história. Aquele senhor era
cliente do seu escritório de advocacia. Um dos casos que ele havia pedido para
a sua assistente distribuir era justamente o daquele senhor. A sentença havia saído
e ele tinha ganho a causa, o pedido que Rafael havia feito naquele dia, era
para justamente penhorar 14 salas daquele mesmo prédio que ainda não haviam
sido vendidas pela Construtora, para o pagamento da ação.
Rafael
estava em choque.
Chega
uma mensagem em seu celular.
Informamos
que pedido feito no processo de indenização de n. 05000500-8.32-000, foi deferido.
Silvio
K. Jr.
QUANDO CHEGA O MOMENTO...
Chega uma hora na vida da gente, que parece que tudo vai dar errado.
E nem adianta tentarmos nos enganar, vai acontecer de qualquer jeito, queiramos ou não.
E quando acontece, é só você.
Então, ao chegar esse momento, nós só temos duas opções:
- Sentar e chorar.
ou
- Colocar as mãos-a-obra.
A escolha é exclusivamente nossa.
Em vez de ficarmos criticando aos outros, deveríamos ser mais críticos conosco mesmos.
Faça alguma coisa para mudar a sua própria vida.
Assuma a sua missão.
Seja você também um agente do bem.
Forte abraço.
Silvio K. Jr.
DEVEDORES
Somos devedores eternos da humanidade.
Assim sendo, chega de julgamentos.
Adotemos, pois, a ponderação em nossas atitudes.
Quando aprendemos a respeitar aos outros, passamos a ser respeitados.
Que tenhamos verdadeiramente olhos de ver e ouvidos de ouvir.
E o nosso falar, seja: Sim, sim; Não, não.
Aprendamos com a sabedoria Divina, que as nossas glórias materiais são efêmeras, enquanto as nossas conquistas espirituais são perenes.
Forte abraço.
Silvio K. Jr.
6 de maio de 2020
MORTE NA ALTA SOCIEDADE
Maria
Antonieta, 38 anos, conhecida socialite Campineira, famosa pela sua espontaneidade,
riso fácil e amigável, mas, principalmente era reconhecida pelos seus porres homéricos
e gafes monumentais, enfim, ela era a alegria das festas.
Infelizmente
foi encontrada morta em seu apartamento, o laudo da autópsia constou como sendo
a causa mortis, overdose de cocaína. O médico responsável ainda atestou que ela
se encontrava grávida de quatro meses.
Uma tristeza
momentânea, porém, verdadeira, recaiu sobre a badalada alta sociedade de Campinas
– SP., realmente Maria Antonieta era muito querida.
Uma
dúvida estava na cabeça de todos, quem seria o pai da criança que ela carregava
em seu ventre. Muitas especulações surgiram. A polícia fez o DNA do feto para
futuras averiguações que se fizessem necessárias, mas deu como encerrada a investigação.
Embora
morasse sozinha, Maria Antonieta tinha mãe e irmãos, todos moradores de Campo Grande
– MS., sendo que a sua irmã mais velha Margareth era sua confidente. O anúncio
da sua morte causou muito pesar na família, que embora residentes em cidades
distantes eram muito próximos, eles não se conformavam, em especial Margareth,
que sabia dos planos da irmã e que embora gostasse de beber nas festas,
praticamente era abstêmia fora delas, usuária de drogas então, muito menos.
Passada
uma semana da morte, sua irmã, procurou a polícia de Campinas - SP., para
contar o histórico da irmã e principalmente sobre quem era o pai da criança e qual
era a real posição dele sobre o fato dela estar grávida. A delegada que a atendeu tomou um choque
quando da revelação do nome, de antemão já sabia, que se essa informação
vazasse, ela teria muito trabalho pela frente. Sabia também, que a família de
Maria Antonieta, abastados pecuaristas de Mato Grosso do Sul, já tinha contratado
um renomado investigador policial que de imediato encontrou falhas na precipitada
decisão da polícia de Campinas de ter posto um fim na investigação.
Como
nada fica em segredo no Brasil, logo um boato sobre a paternidade da criança se
espalhou pela cidade, causando grande reboliço, principalmente na família de
Jerônimo. Um dos industriais mais bem sucedidos do Brasil, diretor de um
conglomerado de indústrias, ele estava na berlinda. Sua esposa, já o havia
colocado contra a parede, exigiu-lhe a verdade, o que não foi negado. A
situação de Jerônimo era difícil, pois toda a riqueza que ele ajudou a quintuplicar
era da família da esposa, sendo o seu sogro o atual presidente da empresa.
A
delegada responsável pelo caso, conseguiu na justiça que o industrial fosse
obrigado a fazer o teste de DNA., que deu positivo. A partir dai uma nova linha
de investigação foi aberta, para saber se Jerônimo tinha ou não envolvimento
com a morte de Maria Antonieta e do agora também seu filho.
O
investigador particular contratado pela família de Maria Antonieta, havia tomado
outro rumo nas investigações, sabedor de toda a história, não resolveu perder
tempo com Jerônimo, embora o considerasse culpado, sabia que dificilmente
pessoas desse nível sujam as mãos, normalmente contratam alguém.
Assim
as duas investigações corriam em paralelo, a delegada ouvia o acusado e a sua
família, enquanto o investigador corria pelo submundo de Campinas. A delegada ouviu
de Jerônimo, que fora um caso esporádico, que infelizmente ela engravidou, mas,
que Maria Antonieta não havia feito nenhuma exigência, alegando que criaria a
criança sozinha, rompendo relação com ele, a delegada sabia pelo depoimento da
irmã e também pelos e-mails apurados no computador da agora vítima e que foram trocados
entre eles, que a posição dele realmente era outra; Sem falar a respeito, a
delegada deu-lhe nova chance de mudar o seu depoimento, o que não foi feito.
O
investigador, finalmente chegou até uma pista que poderia levá-lo ao autor do
crime, tratava-se de um conhecido traficante, que fornecia aos ricos da cidade,
parece que ele havia comentado que um crime tinha sido encomendado a um assassino
de outro Estado. Assim que conseguiu ficar frente a frente com o traficante,
foi sincero com ele, sei que você não é o autor, quero que saiba que o que vamos
conversar fica aqui, que eu preciso de uma informação, que se ela for quente, dinheiro
não é problema. Saiu de lá, apenas com o um nome e um Estado, João-Tinhoso de Sergipe.
A
delegada diante das evidências, principalmente dos e-mails trocados por
Jerônimo e Maria Antonieta, não tinha mais dúvidas do envolvimento dele na
morte da socialite, porém, faltavam alguns detalhes fundamentais para poder
fechar a investigação.
Passado
um mês, finalmente o investigador consegue depois de muito custo, encontrar no
interior de Sergipe, João-Tinhoso. De imediato achou que tinha ido ao encontro
da pessoa errada, ou que era um golpe para testá-lo, pois tratava-se de um jovem
muito bem afeiçoado e inteligente, nem de longe lembra a figura de um assassino
como conhecemos ou imaginamos. Para se aproximar, o investigador usou o
pretexto de contratar os seus serviços, e somente depois de muita insistência,
conseguiu através da internet, marcar o encontro. Depois de revelado o motivo
do encontro, o jovem assassino se transformou, achou que tinha sido apanhado
pela polícia, tentou fugir, mas foi detido pelo investigador que estava armado
e acompanhado de mais quatro seguranças, ele foi claro na pergunta, eu sei o
seu preço, esta aqui o dinheiro, de você eu só quero o nome do mandante do assassinato.
De
volta a Campinas o investigador procura pela delegada, que lhe disse não ter
dúvidas do envolvimento de Jerônimo. O investigador com toda a calma, diz a
delegada que ela está redondamente equivocada, que o assassino de Maria Antonieta
foi o sogro de Jerônimo.
A
delegada desacreditou de imediato, mas diante da certeza do renomado
investigador, resolveu chamar o sogro para depor, que sucumbiu as evidências
apresentadas, confessando o crime. Alegou que Jerônimo o havia procurado,
contado do ocorrido, que estava apaixonado por Maria Antonieta, que iria se
divorciar e abandonar os negócios da família. Pensou que se Maria Antonieta
viesse a morrer, nada disso aconteceria, sua filha nunca ficaria sabendo e os
negócios continuariam bem. Esse foi o maior erro que ele cometeu, hoje aos 70
anos, está preso, e de dentro do presídio acompanha a derrocada da sua família,
Jerônimo se foi, sua filha se suicidou, a família se dividiu, as empresas foram
cindidas e muitas faliram.
Pela
primeira vez em sua vida, pensou em Deus. Sem dúvida o orgulho, a vaidade e o
egoísmo, são como rachaduras em nossa alma, e Deus utiliza-se até mesmo delas
para iluminar os pensamentos mais sombrios.
Silvio
Klinguelfus Júnior
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