Deus tocou o meu coração e minha alma,
abrindo meus olhos para a verdadeira essência da vida.

3 de novembro de 2024

Pais & Filhos

 Sobre um conto que acabei de ler.


Ele diz respeito a um filho que ficou responsável pelos pais que envelheceram.


A vida do filho sempre fora de altos e baixos, nunca tinha conseguido ser um engenheiro brilhante como o pai, fez apostas erradas na vida e nada parecia dar certo, porém, seus pais sempre o recebiam de volta em casa, independentemente das suas escolhas.


Com o passar dos anos, de repente ele se vê responsável pelos pais, em suas mãos, a administração dos recursos da família, que para um fracassado igual a ele parecia uma fortuna.


Infelizmente o que daria para os pais terem uma boa velhice, se esgotou em pouco menos de três anos, sob a sua administração.


Nesse período os pais não passaram necessidade alguma, entretanto, ele também não. Achando-se rico, resolveu viajar, trocar de carro, apostas, bebidas, mulheres, enfim, gastou tudo.


Desesperado, pois as despesas eram altas, não sabia mais o que fazer, e acabou por colocar seus pais em um asilo que os receberam em troca da aposentadoria deles. Alugou a casa, pois não podia vendê-la e com o dinheiro do aluguel foi morar em um kitnet.


Logo adoeceu vítima de um câncer agressivo no pâncreas, vindo a falecer um tempo depois.


Ao acordar do lado de lá, se imaginou literalmente no inferno, perdeu a conta de quanto tempo passou ali, foi humilhado de tudo quanto é jeito. 


Até que o inimaginável aconteceu, ele fora resgatado daquele lugar horrível, simplesmente não acreditava que tal milagre pudesse ter acontecido e ainda mais depois de tanto tempo, ao levantar os olhos para agradecer os socorristas que disseram ter vindo a pedido de Jesus Cristo, e que o ajudaram a sair daquele lamaçal de iniquidades, se deparou com os seus pais de braços abertos e com os olhos marejados.


Um misto de alegria com vergonha tomou conta do seu ser e a única coisa que conseguia fazer era chorar e pedir perdão.


...


Para pensar: 


"O sustento da sua vida tem que ser com o suor do teu trabalho, assim como foi a dos teus pais."


"Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” Jesus Cristo (João 5:17).


...


Silvio K. Jr.

15 de outubro de 2024

EM PAZ CONSIGO MESMO.


Nós somos mendigos na fila da esperança.

Estamos cheios de argumentos.

Mas, vazios de atitudes.

A nossa reforma começa pelo alicerce.

Nós somos especiais e criados para eternidade.

O nosso Lar é com Deus.


Não se isole.

Semeie a vida.

Espalhe sementes de amor e bondade.


Acredite!

A motivação nasce além da nossa visão.

Quando semeamos tudo cresce.

Não fuja, ouça!

Você está vivo.

Você é o filho favorito do Pai.


Graças a Deus.

Graças a Jesus.


Silvio K. Jr.

13 de outubro de 2024

LEMBRANÇAS

 Lembrança reluzente.


De tanta gente.


Que ilumina a minha mente.


Saudades sem precedente.


De um passado transcendente.


Que brilha forte no presente.


A luz se faz permanente.


Dentro do coração antes descrente.


E que agora surpreendentemente.


Só há o amor onipresente.


Por Deus e por toda essa gente.


Do passado e do presente.


E, quiçá, futuramente.


Silvio K. Jr.

A LIÇÃO DOS "5S"

 Bom dia.


Em meados do ano 2.000, durante um atendimento, acabei conhecendo um diretor de uma multinacional japonesa.


Eu já havia conversado algumas vezes com o seu assistente e estava tudo certo para ir colher a assinatura dele na empresa, entretanto, como esse diretor fora convidado para almoçar em um restaurante que por coincidência, ficava a menos de 100 metros do antigo prédio do Cartório, pediu ao seu assistente que me avisasse, que ele iria passar assinar a escritura.


E assim o fez. Ao entrar no Cartório, se apresentou em um português corretíssimo, quase sem sotaque, mesmo estando a pouco menos de 03 anos morando no país, tal atitude demonstrava claramente o quanto ele se importava em aprender.


A educação então! Beirava ao absurdo.


Conversamos de maneira cordial e não sei bem por qual motivo, mas gostamos um do outro.


Então ele pediu para tirar uma foto nossa para recordação.


Eu me sentei na cadeira posicionada atrás da minha mesa e ele ficou em pé ao meu lado e o motorista dele bateu uma foto com uma máquina fotográfica digital.


Nos despedimos e a vida seguiu.


Passados alguns dias, não deu nem uma semana, recebi por e-mail a nossa foto e ele escreveu:


"Silvio, foi um prazer conhecê-lo. Se eu pudesse lhe dar um conselho, gostaria que observasse nessa foto como é a organização da sua mesa. Veja, por mais que você se esforce para passar credibilidade é praticamente impossível confiar que o seu trabalho possa ter qualidade, diante de tamanha quantidade de documentos em cima dela."


E ele prosseguiu:


"Em anexo, um pequeno estudo que eu mesmo fiz para a minha empresa, baseado em um programa japonês , chamado 5S. Já ouviu falar?"


E finalizou:


"Silvio, novamente foi um prazer conhecê-lo, espero que aproveite o texto e que lhe inspire a estudar mais a fundo o assunto, e gostaria de tirar uma nova foto nossa no mesmo lugar daqui um ano, se me permitir."


Àquele pequeno estudo (umas 05 páginas no máximo) que ele me enviou, mudou a minha forma de enxergar as coisas do mundo corporativas e transformou a minha vida para melhor.


Logo em seguida, fiz mudanças significativas, a principal delas é que, desde então, quando vou atender quem quer que seja, em cima da minha mesa, apenas os documentos apresentados pela parte e mais nada.


Querendo ou não, infelizmente todos nós somos avaliados constantemente, uma pessoa ao entrar em nosso ambiente de trabalho, intuitivamente corre os olhos pela sala, e mesmo sem querer, ela faz uma avaliação mental a respeito da organização, do asseio e principalmente da nossa postura comportamental.


A respeito da segunda foto, ela acabou não ocorrendo, pois ele veio a falecer alguns meses depois, vítima de um acidente automobilístico.


Mas a lição permaneceu.


Silvio K. Jr.

O CHORO

 Ah, o choro!


Quem nunca transformou emoções em choro.

E fez a alma transbordar em lágrimas.

Que descem em cascata pela face.

Lavando a nossa alma.

Levando nossas impurezas.


Ah, o choro!


Quem nunca se emocionou com o amor.

Lágrimas que brotam pelas janelas da alma.

E que caem como gotículas de orvalho no crepúsculo de um novo dia.

Cada lágrima, uma gota de sal, rumo ao Mar da Eternidade.

O sal da nossa Alma. O sal da Terra. Um sabor especial ao futuro.


Ah, o choro...


Silvio K. Jr.

23 de setembro de 2024

SENTIMENTOS


Qual o sentimento de ser nivelado por baixo?


Qual o sentimento de ser ignorado independentemente dos seus esforços?


Qual o sentimento de ser desestimulado o tempo tempo?


Qual o sentimento quando se procura fazer o que é o certo sempre, porém, simplesmente você é desprezado?


Qual o sentimento?


Horrível! Com certeza.


Mas, acreditem, nós sempre ficaremos frustrados, pois nem eu, você ou quem quer que seja, pertencemos a esse mundo, estamos aqui apenas de passagem e em constante aprendizado.


A única diferença entre nós será como cada um chegará do lado de lá.


Isso mesmo, a escolha é nossa.


Então, procure fazer a diferença em todos os dias da sua vida, mesmo que aparentemente ninguém se importe ou te valorize.


Sempre há alguém te observando e aprendendo com os teus exemplos, sejam eles bons ou maus. 


Um dia os seus créditos junto ao Banco da Existência serão todos resgatados.


Portanto, não cabe a nenhum de nós fazermos qualquer tipo de julgamento, cada qual terá a sua chance de justificar os seus atos injustificáveis e as suas consequências.


Silvio K. Jr.

EMPATIA

 Às vezes a dor é tão grande, que parece que não vamos suportar.


O coração está dilacerado e a alma escangalhada.


Ficamos inertes diante de tanta dor, até respirar dói.


E mesmo assim, continuamos ali pensando em tudo e em todos.


Não somos capazes de relaxar um segundo sequer.


Achamos que não somos dignos, enquanto as nossas vidas vão passando diante dos nossos olhos.


De repente sentimos um calor dentro de nós, um afago nos cabelos, olhamos ao redor e não há ninguém, mas o calor persiste.


De repente não sentimos mais tanta tristeza.


A dor da perda não parece mais tão insuportável assim.


E apenas ficamos gratos.


Gratos a Deus!


Sim, eu sei.


Não é fácil ser você


Ser forte todos os dias.


Deve ser enorme o peso que está carregando


Eu imagino o seu sofrimento.


Queria chorar nesse momento junto contigo.


Queria que chorassem comigo.


Queria lhe dar um abraço, queria muito receber um abraço, aliás, o abraço é um momento mágico, quando dois corações se encontram entre braços.


Eu sei o quanto penoso está sendo para você viver.


Não importa se homem ou mulher.


Não deve ser fácil acordar todos os dias, levantar e sair para prover a sua família, permanecer imbatível diante das agruras da vida e ainda assim ser correto em suas atitudes.


Como dizem, matar um leão por dia.


Mas, deixa eu te falar uma coisa.


Tudo isso são coisas que nós mesmos criamos, armadilhas que elaboramos tão bem que acabamos ficando presos nelas.


Enquanto isso...


Deus só espera de nós aquilo que podemos dar.


O nosso amor.


Silvio K. Jr.


Ps: 


.ɐɯıɔ ɐɹɐd ɐçǝqɐɔ ǝp ɹǝʌıʌ ɐ ɹǝpuǝɹdɐ soɯɐssod ǝnb ɐɹɐd 'oxıɐq ɐɹɐd ɐçǝqɐɔ ǝp ɐpɐɔoʃoɔ ǝ ɐpıʌ ɐssou 'sǝzǝʌ sɐ

CONSCIÊNCIA



Nada parece dar certo em sua vida?


Você já tentou de tudo?


A ansiedade continua te matando?


O desespero tomou conta?


Experimente ter novamente a sua consciência limpa.


Deus fez um milagre em mim!


Silvio K. Jr.

8 de agosto de 2024

PARA EU NUNCA ME ESQUECER!

 Oi filha.


Você foi, é e sempre será a minha princesinha.


Desejada, amada e esperada muito antes do seu nascimento.


Deus tinha um plano. Concedeu a mim e a sua mãe uma jóia rara, para que cuidássemos com amor.


E você chegou e naquele exato momento eu sabia que iria te amar por toda a eternidade.


Quando te colocaram em meus braços, eu não cabia em mim de tanta felicidade.


E desde então em todos os dias da minha vida esse sentimento se repete.


Para eu nunca me esquecer!


Das suas mãozinhas acariciando ao meu rosto quando bebezinha.


Da tua alegria, do teu sorriso e dos teus abraços todos os dias quando eu chegava em casa de volta de mais um dia de trabalho.


Eu não via a hora de ir para casa.


Das nossas brincadeiras sem fim.


Já fui seu contador de histórias preferido.


Já fui degustador das suas comidinhas imaginárias feitas com tanto amor por você para mim.


Já fui maquiado, tive minhas unhas pintadas e meu cabelo escovado e preso com grampos.


Para eu nunca me esquecer!


Da sua primeira ida à praia, a sua mãozinha segurando a minha e confiando sua vida a mim.


Dos nossos passeios de bicicleta.


De quando te ensinei a andar de bicicleta.


Das nossas idas ao Shopping apenas para nos divertimos nos brinquedos e comprarmos as roupinhas que você quisesse, nem sempre combinavam, é verdade, mas você sempre ficava linda nelas.


Do tamanquinho de saltinho que você adorou imediatamente e a sua mãe queria me matar.


Para eu nunca me esquecer!


Do seu primeiro dia na escola e de todos os demais que eu lá te deixava, e todas as vezes o meu coração batia descompassado ao te ver entrar. Meus olhos se enchiam de lágrimas quando você sempre se virava e me dava um tchauzinho.


Das nossas conversas ouvindo ao rádio no carro, cantando as músicas em inglês em nosso próprio idioma e inventando traduções engraçadas.


Para eu nunca me esquecer!


Dos momentos mais difíceis que eu passei na vida, você foi inspiração para que eu não desistisse.


Quando eu estava no Hospital e fiquei sabendo que você estava chegando, me ajeitei da maneira que deu e fui te esperar na porta do quarto e quando te vi caminhando pelo corredor de mãos dadas com a sua mãe, naquele exato momento, eu desejei viver como nunca antes tinha desejado.


E valeu muito a pena. Foram tantos bons momentos para a galeria da minha vida.


De repente você cresceu diante dos meus olhos.


Aprendeu a dirigir e lá estava eu novamente te ensinando, como se estivesse aprendendo a andar de bicicleta.


Passou pelo colegial e pela faculdade.


Começou a namorar, desse capítulo eu não gostei muito. Brincadeira.


Começou a trabalhar e novos desafios e horizontes na sua vida.


Para você jamais se esquecer!


Serei sempre o teu pai, bem mais velho, é verdade, mas sempre te amarei e estarei aqui ou do lado de lá, te apoiando, te amparando e te amando.


Você sempre será a minha princesinha.


Eu te amo.


Que Deus te abençoe hoje e sempre.


Seu pai Silvio.














21 de maio de 2024

REENCONTRO

 

Entre pombas e rolinhas, um filme holandês e uma sopa de ervilhas com lentilhas, me reencontrei com a minha mãe.

Calma!

Não é nada disso que estão pensando.

Não estou ficando louco, muito menos sou usuário de drogas.

Noite passada tive um sonho totalmente aleatório, porém, me lembro nitidamente de cada detalhe dele, fato raríssimo de acontecer comigo.

Durante o sono fui levado para o outro lado da vida, chegamos a uma espécie de cinema, como os de antigamente, daqueles que cabiam 3.000 pessoas ou mais, o prédio era enorme e lindíssimo, chegando ao hall de entrada, logo um senhor me dirigiu até a entrada da sala e fez menção de me acompanhar até o meu lugar, entretanto, eu declinei e disse que sentaria na última fileira e também na última poltrona localizada bem perto da saída, quem me conhece sabe que é exatamente assim que eu ajo nos lugares que vou.

Pois bem, dentro da sala que já estava praticamente lotada, o silêncio vibrava em harmonia, e lá na frente em cima do palco, havia uma mesa com quatro cadeiras viradas para a plateia, logo se sentaram quatro pessoas e começaram uma a uma a falar se dirigindo ao público, entretanto, era um idioma que eu desconhecia totalmente, quando do nada, observo um passarinho, mais precisamente uma rolinha, voando em minha direção, ela calmamente aterriza na cabeceira da minha poltrona e começa a chilrear muito alto ao meu lado, aquilo começou a me incomodar, resolvi então mudar de lugar, muito a contragosto a bem da verdade, comecei a descer o corredor lateral da sala que a essa altura estava lotada, olhando mais atentamente observei que havia uma poltrona vaga, bem na lateral da primeira fila, e ali me sentei. Não se passou nem um minuto e observo uma pomba sair por de trás do palco, tal qual a rolinha, veio aterrizar na cabeceira da minha poltrona e começou a arrulhar ao meu lado. Em vão eu tentava me concentrar nos palestrantes, que falavam em um idioma desconhecido e agora essa pomba me atazanando, olhei para trás e duas fileiras acima e havia uma poltrona vaga bem no meio da fileira, não pensei duas vezes e me mudei para lá.

Nem bem me sentei, senti uma mão pegar na minha, ao olhar para a pessoa, qual não foi a minha surpresa ao me deparar com a minha mãe, estava jovem e radiante como jamais a vi, ela me olhou com carinho, passou as suas mãos em meu rosto, me abraçou e quando eu fui falar, ela me fez um sinal para fazer silêncio, um filme começou a passar em uma TV de tela plana, não maior que 60 polegadas, não acreditava como eu conseguia ver tão nitidamente (não enxergo nada de longe), mesmo estando a uns bons metros de distância, pude ver na abertura do filme se tratar de um filme Holandês, sem tradução, olhei para minha mãe e para plateia e todos estavam concentrados, hora choravam e ora sorriam, quanto a mim, estava feliz por estar ao lado dela e não largava a sua mão por nada.

O palestrante, parou o filme e disse que faríamos um breve intervalo. Pensei, ótimo, agora vou conseguir falar com a minha mãe, porém, ela se levantou, fez novamente um sinal com as mãos para eu esperar. Logo ela estava de volta com um prato de sopa de ervilhas com lentilhas, argumentei não estar com fome (odeio ervilhas e lentilhas e ela sabe muito bem disso) e que queria falar com ela, entretanto, novo sinal para que eu experimentasse a bendita sopa. No que eu coloquei a colher na boca, acordei.

Refletindo comigo mesmo sobre o ocorrido, era óbvio que eu fui levado até para me reencontrar com a minha mãe e que eu deveria ter me sentado desde o início ao lado dela, mas como fui teimoso, mandaram os pássaros, para que me fizessem mudar de lugar, até chegar aonde era de fato o meu lugar, como também é nítido para mim que recebi um presente de Deus. Poder reencontrar com a minha mãe, mesmo sem trocar uma palavra sequer, porém, trocar olhares e sentir o seu afago, não tem preço.

Só não entendi a sopa de ervilhas com lentilhas, devia ser uma espécie de chave para me trazer de volta, pois do contrário, não haveria nada que me trouxesse de livre vontade de volta.

Só tenho a dizer, até breve mãe, eu te amo.

Silvio K. Jr.

1 de maio de 2024

VIVER!

 Andar de moto me proporciona prazeres que são simplesmente inenarráveis; a sensação de liberdade é gigantesca e saber aproveitá-la com responsabilidade é o segredo; ao final quando se retira o capacete, surge espontaneamente um verdadeiro sorriso igual ao de uma criança feliz e que fica estampado por horas  e dias na face e na alma.



Trata-se de um exercício de autoconhecimento, que nos obriga a disciplina, ao bom senso e a usar a consciência, assumindo assim todas as responsabilidades.



Para aqueles que não entendem essa paixão, nenhuma explicação é possível; para aqueles que me compreendem, nenhuma palavra é necessária.



Inacreditável a sensação do que seja um passeio de moto em um dia ensolarado, até parece que algo mágico toma conta de você, ao vestir o capacete e dar a partida os sons do mundo desaparecem juntamente com todos os seus problemas, o som abafado é convite para a reflexão, apenas o pulsar do coração e o som ritmado do motor te levam a uma viagem interior, durante o trajeto lá está à paisagem, a mesma que se pode observar de dentro de um carro, porém, completamente diferente vista pela viseira de um capacete, é como se estivéssemos assistindo a um filme em 3D, sem diálogos e cuja trilha sonora fosse o ronco do motor da sua moto, enfim tudo parece mais verde e você mais vivo.



A alegria que eu sinto quando estou pilotando a minha moto por uma estrada de pista simples e sinuosa, cheias de subidas e descidas onde há momentos de aceleração outros de apreensão, é completamente diferente de pilotá-la por uma estrada reta com diversas faixas de rolamento onde somente a velocidade é a atração e a adrenalina se faz um vício.



Fantástico!



A felicidade, pode até não ser deste mundo, como diz lá no livro sagrado, mas nada nos impede de procurá-la enquanto estivermos por aqui.



Bora dar um passeio de moto.



Silvio Klinguelfus Junior.


16 de março de 2024

15 ANOS DE UMA NOVA VIDA.

 Hoje, faz exatamente quinze anos que eu, por assim dizer, nasci de novo.


Impressionante a quantidade de coisas que eu realizei nesse período.


Porém, quando eu me levantei da cama do Hospital após ter sido operado por quase 12 horas de um câncer agressivo, me olhei no espelho e não me reconheci, e o meu primeiro pensamento foi. E agora Silvinho? Minha vida passou inteira diante dos meus olhos em poucos segundos e terminou com a imagem da minha filha, então com nove anos de idade. Chorei copiosamente e novamente agora.


E se eu tivesse desistido de tudo?


Simplesmente eu teria renunciado a todas as bençãos que Deus já tinha preparado para a minha vida, as quais, nem em sonho, imaginaria quais seriam.


A palavra é exatamente essa, impressionante.


Claro que houveram, ainda há e haverão momentos muito difíceis e tristes. Faz parte da vida de todos nós que estamos aqui na Terra.


Porém, nesse período, quantas vitórias; quantos momentos bons; quantas pessoas novas eu conheci, muitas das quais impactaram diretamente na minha vida, mesmo sem eu esperar absolutamente nada delas, e, quiçá, eu na delas.


Realmente desistir não deve ser uma decisão fácil e também nem muito lógica de se tomar.


Obviamente que ninguém quer desistir e sim resolver algum problema que parece ser insolúvel e no desespero, nos deixamos levar.


Acreditem, por pior que seja o que estejam passando, sempre há o amanhã.


Não renuncie a sua vida, pois por detrás de absolutamente tudo sempre existe a Vontade oculta do Pai.


Não nos deixemos soterrar pelo peso dos nossos próprios pensamentos.


Que possamos todos deixar a vergonha e o medo de lado e procurarmos por ajuda profissional, sim, PROFISSIONAL.


Silvio K. Jr.

14 de março de 2024

PACIÊNCIA GAFANHOTO

Há dias e dias para serem vividos. Ontem (13/03), provavelmente um dia para ser lembrado.



Começo esse conto pelo fim, agradecendo ao meu amigo Álvaro, que com a sua atitude, não sei se consciente ou não, se intuído ou não, conseguiu mudar o meu padrão vibratório, exatamente quando ele estava prestes a partir para as calendas gregas.



Dia começou com uma parada para coleta de exames de sangue em um laboratório de um renomado plano de saúde de Sorocaba, que às 7:30 h, mais se parecia com uma feira livre do que com um laboratório propriamente dito, era gente para todo lado, isso depois de ter conseguido com muito custo uma vaga para estacionar, e mesmo se quisesse pagar, os estacionamentos estavam todos lotados. Ao entrar no laboratório você recebe uma senha e pedem para aguardar que vão chamar pelo painel (tvs), o tempo passa depressa e a sua senha não é chamada, porém, as preferências eram quase que sequenciais, olhei para minha direita, umas quarenta pessoas, todas com cabeças muito mais brancas que a minha e algumas grávidas, do lado esquerdo a situação não era muito diferente, com exceção de algumas crianças de colo. Em outras palavras, praticamente todos ali eram preferenciais. Desisti.



Como ainda era cedo e não havia tomado café, resolvi parar na Padaria tão ou mais famosa do que o plano de saúde, que fica localizada na continuação da mesma avenida.



Passava um pouco mais das 8:00 h e a Padaria como de costume estava lotada, todas as mesas ocupadas, resolvi fazer o meu pedido, que me foi entregue rápido como sempre, peguei a minha bandeja coloquei-a na mesa grande que lá existe a qual aparentemente não possuía banco para se sentar ao menos do lado que eu estava, nisso, do lado oposto da mesa um senhor simpático me chama e diz que há um banco daquele lado, realmente não tinha observado, peguei a bandeja, dei a volta na mesa, quando terminei de me sentar, eis que eu vejo um casalzinho com uma certa idade vindo correndo juntamente com a sua filha em minha direção. Fui educado por meus pais e obviamente que me levantei e dei o lugar para o casal, que nem tinham feito o pedido e cuja filha se dirigiu a fila para tal. Pois bem, peguei a minha bandeja e lá vou eu para o lado oposto da mesa novamente, só que agora estacionei a minha bandeja bem na ponta. Ao lado uma dessas mesas mais altas com uma única banqueta e igualmente alta, cujo ocupante nitidamente havia terminado o seu café e rapidamente se levantou. Lá vou eu novamente, pego a bandeja e transfiro-a para a mesa em questão, nisto a mesma senhorinha de outrora como um gato, chega esbaforida e com os olhinhos arregalados e abraça a mesa. 



Claro que mais uma vez eu entendi toda a situação, ela queria aquela mesa para a sua filha que assim como eu provavelmente iria tomar o seu café da manhã em pé. Ela andou uns cinco metros quase a velocidade da Luz, mas não tão rápida quanto o teletransporte da minha bandeja. Olhei bem para ela e para o seu marido, o senhorzinho virou o pescoço, tampou o rosto com as palmas das mãos e fazia o sinal de negativo com a cabeça de tão envergonhado daquela cena. Peguei a minha bandeja, já querendo ficar puto é verdade, e perguntei se ela iria realmente se sentar ali e se eu poderia me sentar no lugar que ela estava até então. Nem me respondeu e começou a escalar a banqueta que era maior do que ela. No momento eu já havia contado até dez, pensei intimamente que falta de educação não tem idade e nem classe social, confesso que faltou pouco para eu perder o equilíbrio. 



Mas eis que surge o meu herói, meu amigo Álvaro, que me cumprimentou de uma forma tão afável que instantaneamente me trouxe de volta a minha realidade. Nem bem deu tempo de conversamos, nem um minuto é verdade, e uma funcionária da Padaria, veio oferecer uma mesa melhor para o casal e sua filha e para lá seguiram felizes, sem se despedirem ou agradecerem, afinal essa era a minha obrigação.



Obrigado mais uma vez Álvaro.



Não me julguem!



Não é preciso. 



Eu mesmo me julgo, faço a dosimetria da pena a e cumpro. 



Fiquem tranquilos. 



Ainda bem que sempre há o dia seguinte.



Bora começar tudo de novo.



Um beijo no coração e que Deus nos abençoe hoje e sempre.



Silvio K. Jr.

5 de março de 2024

ASSASSINATO NA MADRUGADA

Não sei se já aconteceu com algum de vocês, mas já perceberam que quando matamos uma barata de madrugada e a deixamos ali estatelada no chão para retirarmos no dia seguinte, e quando acordamos elas nunca estão mais lá.


Sempre pensei que provavelmente as formigas as levassem para um banquete ou até mesmo pássaros, esses obviamente quando a matamos em áreas externas, ou outros insetos, lagartixas, talvez. 


Em uma dessas madrugadas quentes que vem fazendo nos últimos dias, acordei todo suado e como consequência sem encontrar uma posição mais fresca para voltar a dormir, o jeito foi levantar e passar pelo menos uma água no rosto, porém, ao entrar no banheiro me deparei com uma barata passeando tranquilamente por ele, não tive dúvidas, chineladas nela e para não acordar todos em casa, o cachorro e até mesmos os vizinhos, e como ela já estava dentro do box, resolvi deixá-la morta ali mesmo até o dia seguinte.


Voltei para cama e assim que deitei, me lembrei de como será que elas baratas desaparecem, imediatamente peguei a minha câmera GoPro 4k com visão noturna e a instalei na pia de tal forma que pudesse gravar perfeitamente o local onde a barata jazia morta. 


Deitei-me e logo peguei no sono. Na manhã seguinte, como já imaginava ao entrar no banheiro, obviamente o defunto da barata não mais ali estava.


Ao assistir a filmagem, confesso que fiquei perplexo, foi a sequência de imagens mais inacreditáveis que eu já presenciei, a câmera marcava 10 minutos de gravação quando uma primeira barata se aproximou da falecida e em poucos segundos um grupo de pelo menos umas 20 baratas estavam em volta e perfeitamente alinhadas, logo uma baratinha subiu em cima da falecida e parecia fazer uma massagem cardíaca, inacreditavelmente a falecida começou a se mexer, uma perninha por vez, logo as demais baratas, aparentemente regurgitavam alguma gosma em cima dela, e assim com a ajuda das demais baratas, ela foi desvirada e saiu andando apoiada pelas demais.


Fiquei estático com a câmera nas mãos e a gravação continuava, porém o mais surpreendente ainda estava para acontecer, uns cinco minutos depois que elas foram embora, um grupo de seis baratas voltaram como que fazendo uma última vistoria no local, uma delas encontrou o que eu acredito ser uma perninha da ex-falecida, nisto uma delas não sei como percebeu que estavam sendo gravadas. Juro! Aquela baratinha se aproximou da câmera, ficou em pé, com todas as perninhas para baixo, exceto por uma que ficou em riste. A fdp da baratinha, me mandou a merda, só pode. Fiquei tão excitado para postar o vídeo depois dessa última cena que o pior aconteceu. A câmera que estava em minhas mãos e fora da sua caixa de proteção contra a água, caiu dentro do vaso sanitário e tive que dizer adeus a prova que as baratas além de sobreviverem a um ataque nuclear, são inteligentes e capazes de ressuscitarem.


Porém, agora sem o vídeo para provar, resta a vocês simplesmente acreditarem em mim e na minha palavra.


EU JURO!


Meoooooooooo Deollllssssssssss.


Silvio K. Junior

10 de janeiro de 2024

SÍNDROME DO PÂNICO.

Eram 5:30 h da madrugada e o despertador tocando sem parar, ao lado, sentada em sua cama abraçada aos joelhos, olhos arregalados e fixos na parede à sua frente, um olhar de terror consumia a sua alma, estava Anna.

 

De repente batidas fortes na porta, tiraram Anna do transe.

 

Seu pai batia firme a porta, ao mesmo tempo que mexia na maçaneta tentando abrir a porta, que se encontrava trancada.

 

Acorde, Anna! Está tudo bem? Acorde! Dizia seu pai, em sua voz um tom de preocupação, mas ao mesmo tempo firme.

 

Agora de volta a realidade, Anna ainda não conseguia se mexer.

 

E pode perceber quando o seu pai arrombou a porta do quarto, indo ao seu encontro.

 

Anna se pôs a chorar compulsivamente, vindo posteriormente a desmaiar.

 

Acordou em um quarto de hospital, onde descobriu que foi diagnosticada com Síndrome do Pânico.

 

Anna pensou, como ela uma psicóloga com diversas pós-graduações e um mestrado recém finalizado, poderia estar sofrendo do mesmo mal que a esmagadora maioria dos seus pacientes, como ela pode se deixar dominar assim, a ponto de entrar em surto.

 

Ao seu lado o seu velho pai, um médico psiquiatra que recentemente se aposentou, viúvo e um avô em período integral.

 

Anna logo adormeceu novamente, vindo a acordar apenas no dia seguinte. Ela acreditava ter sofrido um ataque cardíaco, não acreditava no diagnóstico de síndrome do pânico, tamanha era a dor em seu peito.

 

Após sofrer outro ataque de ansiedade e novamente sedada, seu pai resolveu tomar as rédeas da situação, não concordava com o tratamento que estava sendo ministrado na sua filha, e na qualidade de médico especialista, assumiu o tratamento mudando toda a medicação.

 

Logo Anna acordou se sentindo muito mal, seu pai conversou com ela, explicando que precisava reagir. Conseguiu colocá-la em pé e se movimentar um pouco, logo a levou para o banheiro e com o auxílio de uma cadeira de banho hospitalar, ajudou-a tomar um banho.

 

Logo Anna foi se sentindo melhor e recuperando a consciência plenamente.

 

O seu pai foi taxativo:

 

- Anna esses remédios que você vem tomando são muletas, li o seu prontuário médico, há tempos você está sendo erroneamente medicada. Não entendo como uma psicóloga renomada pode se utilizar deles.

 

- Pai, a pandemia acabou comigo, um caso pior do que outro, problemas atrás de problemas. No começo pedi ajuda para meus amigos psicólogos, mas eles estavam mal também, daí para não recorrer ao senhor, acabei me consultando com outro psiquiatra que me receitou esses medicamentos que leu em meu prontuário.

 

- Filha, devia ter vindo até mim, nós conversaríamos e encontraríamos uma saída juntos.

 

- O senhor tinha perdido a mamãe e estava com muita coisa na cabeça, não achei justo.

 

- Filha, eu só tenho você e ao seu filho. Vocês são tudo para mim. Por favor, a partir de agora, não me exclua mais da vida de vocês. Ok?

 

- Sim, Pai! O que fazemos agora?

 

- Vamos começar por trocar esses medicamentos para que não tenha novas crises como essas. Vou te acompanhar diariamente, tanto clinicamente, como através de exames laboratoriais.

 

- Ok!

 

Passados quase dois anos dessa conversa, Anna finalmente estava livre dos medicamentos e sentindo-se forte para seguir em frente.

 

Nesse período, por mais paradoxal que possa parecer, acabou se tornando uma psicóloga muito melhor, pois pela primeira vez em sua vida profissional, pode efetivamente sentir o que era estar do outro lado, literalmente no fundo do poço.

 

Anna, finalmente entendeu que nós somos além de corpo, ALMA. Que o binômio “ansiedade” e “depressão” é uma verdadeira bomba atômica, para o coração. O estresse (emoções) é a causa principal desses males, porém, a grande maioria dos médicos não o explicam, porque eles estão relacionados com a alma, portanto, em tese não é problema deles.

 

Em sua experiência, aprendeu que é essencial como iremos assimilar essas emoções (stress); e que tudo irá depender do grau de rigidez de cada um, ou seja, se não tivermos equilíbrio, basta apenas uma única emoção, para desencadear em nós um processo depressivo. Assim o principal para combater o stress, é o autoconhecimento; conscientizarmo-nos, que somos mais que matéria, que somos “alma”, que temos imperfeições; reconhecer as nossas falhas é o primeiro passo para o caminho da cura; mudarmos os nossos hábitos; renovarmo-nos, enxergarmos esses fatos marcantes, te tal forma que eles não nos preocupem mais.

 

Um beijo no coração e que Deus nos abençoe hoje e sempre.

 

Silvio K. Junior.

 

7 de janeiro de 2024

D O M I N G O

 Kleberson e Rosa formam um casal muito legal, eles combinam e concordam em quase tudo nessa vida, menos na religião que cada um professa e para o time de futebol que torcem.

 

Kleberson um evangélico convicto e Rosa uma católica muito atuante em sua paróquia.

 

Já no futebol, Kleberson é corinthiano e Rosa torce para o São Paulo.

 

E assim a vida conjugal deles segue no dia a dia, porém, existe o domingo.

 

E sempre aos domingos é inevitável a discussão entre eles, ela quer que Kleberson a acompanhe na missa logo cedo e ele quer que Rosa vá ao culto à noite e nesse ínterim tem os jogos de futebol.

 

Kleberson, nesses quase 5 anos de casados, nunca foi à missa com Rosa, ela por sua vez sempre o acompanhou aos cultos.

 

Situação que estava prestes a mudar, quis o destino que Corinthians e São Paulo se enfrentassem em um sábado à noite em um jogo do campeonato brasileiro que havia sido adiado e remarcado.

 

O casal resolveu fazer uma aposta, caso o Corinthians ganhasse, Rosa usaria a camisa do Corinthians durante o almoço de Domingo onde toda a família estaria presente, já se o São Paulo ganhasse, ele teria que acompanhá-la à missa de domingo de manhã.

 

Corinthians 1 x 2 São Paulo.

 

Naquela noite Kleberson não dormiu direito, tentando achar meios de escapar daquela enrascada, mas sabia que Rosa não iria aceitar um não.

 

E assim, sem saída, eles se arrumaram e seguiram para a Igreja.

 

Durante o trajeto, Kleberson, que estava no banco do passageiro, começou a sentir um calorão, ligou o ar-condicionado do carro ao máximo, Rosa estranhou, mas nem comentou, pois não queria que o marido achasse alguma desculpa para desistir de ir à missa com ela.

 

Kleberson seguia calado, estranhando o que vinha sentindo intimamente, mas também não queria falar nada para Rosa.

 

Ao chegarem à Igreja, logo os amigos vieram encontrá-los, depois dos cumprimentos, adentraram a Igreja o casal se acomodou a pedido de Kleberson no último banco.

 

Para surpresa de Rosa, o Padre naquele dia se dirigiu a ela e disse:

 

- Rosa, infelizmente a Luciene, passou mal essa noite e precisou se ausentar, você poderia me auxiliar durante a missa nas funções dela, uma vez que você sabe de cor todos os procedimentos.

 

Rosa, pensou por um instante, que iria deixar Kleberson sozinho, justamente nesse dia, ao mesmo tempo que não podia recusar ajudar ao padre, e respondeu:

 

- Claro, Padre. Vamos lá.

 

Se despediu de Kleberson, o padre pediu desculpas a ele que entendeu a situação sem nenhum problema.

 

Kleberson, sentado ali sozinho no último banco da Igreja, que naquele domingo não estava cheia, começou novamente a sentir um calorão, sua visão embaçou completamente por alguns poucos instantes, quando ela voltou, estranhou, pois parecia estar enxergando tudo em duplicidade, coçou os olhos, abriu e fechou várias vezes, depois tentou se levantar e não conseguiu.

 

Então respirou fundo, ao menos o calorão passou, pensou ele, consigo mesmo, a missa havia começado.

 

E ele seguia com a visão estranha, ao mesmo tempo que estava tudo muito nítido, como há muito ele não enxergava, parecia que ele estava vendo além.

 

Realmente ele estranhou que a Igreja agora estava lotada, havia muitas pessoas em pé, algumas iam e vinham apressadas pelo corredor.

 

Kleberson resolveu focar no padre, e pôde observar que uma luz roxa descia do teto da Igreja até a cabeça dele, que tinha ao seu lado diversas pessoas o auxiliando de uma forma estranha, algumas levantando as mãos em sua direção.

 

Ouvia perfeitamente o que o padre falava, pode observar que junto as primeiras três ou quatro fileiras da Igreja, que estavam cheias, uma luz muito brilhante, fazia o caminho inverso da luz que iluminava ao padre, ou seja, ela saia das pessoas que ali estavam em oração e subia em direção ao teto e se espalhava por toda a Igreja.

 

Aquela luz brilhante espargia um calor agradável a Kleberson, que relaxou ao ser atingido por ela.

 

Ele continuava, ali estático, porém, com seus sentidos mais aguçados do que nunca.

 

Pode ver que as pessoas que estavam em pé no corredor, auxiliavam aos que estavam sentados nos bancos, impondo-lhes as mãos igual faziam com o padre e até mesmo abraçando-os carinhosamente, inclusive aconteceu com ele, recebeu o abraço mais gostoso de toda a sua vida, mas sem que pudesse retribuí-lo.

 

É como se tudo isso tivesse acontecido em apenas poucos minutos, quando de repente ele ouve a voz de Rosa.

 

- Kleberson, vamos! A missa já terminou.

 

- Como assim, Rosa! Nem percebi o tempo passar.

 

- Imagina, hoje a missa demorou mais que o normal. O senhor deve ter dormido, isso sim. Qual foi o sermão do padre hoje, perguntou Rosa?

 

Rosa se assustou quando Kleberson comentou certinho o que o padre havia falado e também de tudo que aconteceu durante à missa.

 

Ela estranhou Kleberson não ter reclamado, pelo contrário aparentava estar muito feliz.

 

Kleberson por sua vez, em um primeiro momento, sem entender absolutamente nada do que viu e sentiu durante a missa, resolveu guardar para ele àqueles sentimentos.

 

Passados alguns momentos uma certeza tomou conta dele, em seu âmago ele sabia que lhe foi permitido ver, o que verdadeiramente de fato ocorre no mundo espiritual durante uma missa. Sabia também que o mesmo deveria ocorrer durante o culto da sua Igreja e assim como de todas as demais religiões, e que para ele àquelas pessoas eram na verdade anjos.

 

Então encarou aquilo como uma revelação íntima. E a partir daquele dia, ele tomou uma decisão, que foi muito bem aceita por Rosa.

 

Ficou combinado entre eles, que um domingo iriam à missa de manhã e no outro iriam ao culto à noite, e ainda que sempre que um quisesse ir ao estádio assistir ao jogo do seu time de coração o outro iria acompanhar de bom grado.

 

E, dessa forma, o casal acabou com àquelas discussões de domingo, que passou a ser o dia da semana que esperavam ansiosos.

 

Um beijo no coração e que Deus nos abençoe hoje e sempre.

 

Silvio K. Jr.

 

27 de dezembro de 2023

PELAS ESTRADAS DA VIDA...

 

Já era alta madrugada, quando Zé Roberto subia com sua Harley Davidson Fat Boy Special 2011, a Serra do Mar, que liga o Município de Ubatuba – SP., ao de Taubaté – SP., pela famosa Rodovia Oswaldo Cruz, que para alguns é um desafio, para outros como o nosso amigo Zé Roberto, era um prazer inenarrável trafegar por ela. Assim sozinho na estrada, apreciando a leve brisa em uma noite quente de verão, quando de repente passa zunindo por ele uma moto Big Trail.

 

Ele ficou curioso, ainda mais por perceber tratar-se de uma mulher que estava pilotando, essa curiosidade levou o nosso experiente motociclista a acelerar um pouco mais, porém, logo percebeu ser quase impossível de acompanhá-la, pode ver a distância a lanterna traseira da possante Big Trail desaparecer nas acentuadas curvas da serra.

 

Desencanou, tirou a mão do acelerador e voltou ao seu ritmo normal, depois de alguns bons quilômetros rodados, chegou a um ponto de parada, tratava-se de um Empório, que havia acabado de abrir as portas para começar o dia, resolveu parar para esticar as pernas e tomar um café.

 

Zé Roberto, é dono de uma rede com 03 lojas de roupas masculinas, uma em Ubatuba, outra em Taubaté e a terceira e última que é recém-inaugurada na cidade de Campos do Jordão – SP., portanto, para ele, viajar nessa Rodovia além de ser um prazer é praticamente o quintal da sua casa.

 

Ao entrar no empório, logo procurou pela motociclista que passou por ele há pouco na estrada, estava curioso, pois é muito difícil encontrar bons pilotos que desafiem as curvas fechadas ainda mais em plena madrugada e com tamanha habilidade, sem sombras de dúvidas, se tratava de uma excelente piloto, porém, nem sinal dela, perguntou aos atendentes se haviam visto ela por lá, tendo sido a resposta negativa.

 

Mais uma vez, deixou seus pensamentos para lá, tomou o seu café e seguiu o seu caminho rumo a sua loja em Taubaté.

 

Passaram-se quase seis meses, e agora Campos do Jordão, bombava em plena alta temporada, Zé Roberto, praticamente subia a Serra que liga Taubaté a Campos do Jordão todos os dias, porém, as sextas-feiras, para evitar o trânsito do período, resolvia ficar na cidade retornando apenas as segundas-feiras.

 

Em uma dessas suas subidas de madrugada, pela referida Serra, em pleno inverno, o termômetro da sua Harley Davidson, marcava 2º graus negativos, ele todo parlamentado, vestia uma segunda pele, calça jeans grossa, camisa de veludo, uma blusa de lã pesada e por cima disso tudo, um casaco de couro forrado, e se não bastasse para evitar a neblina muito úmida daquela região principalmente nas madrugadas, costumava usar sempre uma capa de chuva, que na realidade tinha dupla função, impedir que a sua roupa molhasse e principalmente evitar a entrada do vento gelado e úmido.

 

Assim praticamente uma múmia, Zé Roberto seguia pela Rodovia, quando vê pelo retrovisor o farol de uma moto que se aproximava rapidamente e mais uma vez o deixou comendo poeira na estrada.

 

Dessa vez, conseguiu observar melhor o modelo da moto e a silhueta da piloto, que vestia uma macacão inteiriço de couro desses de pilotos de corrida de motos esportivas, o qual era de fácil visualização, branco, com listras vermelhas e alguns detalhes em lilás nos ombros.

 

Nem tentou acompanhar, era inútil tamanha a perícia da piloto e como da outra vez, ela desapareceu nas curvas.

 

Chegando em Campos do Jordão, passou pelos postos de combustíveis e padarias que estavam abrindo naquele momento, uma curiosidade o corroía por dentro, queria, mesmo sem saber o porquê, conhecer aquela mulher que lhe causava tanta admiração, porém, foi em vão, ela não estava em nenhum deles, deu mais uma volta pelo centro da cidade e acabou desistindo, seguiu para a sua loja e a preparou para a abertura de logo mais, com certeza o final de semana prometia, a previsão do tempo era de muito frio e os hotéis estavam com a capacidade máxima reservada.

 

No transcorrer do final de semana de dentro da sua loja lotada, viu quando àquela moto passou em frente dela e seguiu rumo ao centro que ficava a poucos metros de distância.

 

Não hesitou, deixou a sua gerente tomando conta da loja e saiu dizendo que iria tomar um café, na realidade o motivo era outro. Seguindo a pé pela rua logo avistou a moto estacionada junto ao meio-fio, não teve dúvidas, tirou uma foto da placa, para o caso de não encontrar a dona. Logo em frente havia um hotel que tinha uma cafeteria com um solário que dava para ver bem o local onde a moto estava estacionada. Nunca demorou tanto para tomar um café, acabou experimentando quase todos os salgados do cardápio e nada da motociclista aparecer. Resolveu pagar a conta e voltar para loja, no exato momento que se dirigiu ao caixa para pagar a conta, escutou a partida da moto, tentou correr para chegar à calçada, porém, mais uma vez em vão.

 

Naquela noite, no quarto do hotel, ele olhava a foto da placa da moto, não tinha como saber a cidade e muito menos quem era a dona, lembrou-se do seu irmão Guima, delegado de polícia, mas soaria muito estranho ele mandar uma mensagem para o irmão pedindo que descobrisse quem era a dona da moto e o endereço. Resolveu deixar aquilo de lado, conhecia a integridade do irmão e jamais pediria isso a ele.

 

Zé Roberto um divorciado na casa dos 50 anos, há dois anos não tinha nenhum relacionamento sério, o último durou quase um ano, não deu certo, enfim...

 

O tempo novamente passou depressa, estávamos agora no final do ano, em uma festa que antecedia ao final de ano em uma casa alugada em um condomínio da cidade de Ubatuba, a família de Zé Roberto estava se divertindo muito, e o assunto da motociclista fantasma surgiu e o seu irmão Guima se interessou:

 

- Que história mais legal Zé, e você ainda tem a foto da placa;

 

- Tenho sim, mas não acredito que cometeria uma infração para me ajudar.

 

- Não é nada disso Zé, praticamente todos os policiais e não policiais (funcionários do DETRAN) tem acesso irrestrito as placas, basta ter o aplicativo “VIO” instalado no celular e a liberação/autorização no sistema, que conseguimos consultar qualquer placa através do QrCode impresso nela, não há nenhum crime nisso, veja só.

 

Em poucos segundos apareceu os dados. O irmão começou a sorrir incrédulo, fechou o aplicativo e não falou mais nada. Zé Roberto o questionou, e o irmão apenas se limitou a dizer:

 

- Zé, você já ouviu falar em operação verão e operação inverno das Polícias do Estado de São Paulo.

 

- Sim.

 

- Então deixa assim.

 

Seu irmão saiu, fez um telefonema, voltou para a festa como se nada tivesse acontecido, Zé Roberto, não entendeu absolutamente nada, mas como amava o seu irmão, sabia que não podia pedir maiores informações, pois isso poderia prejudicar a sua carreira.

 

Passados menos de 30 minutos o interfone da casa tocou, Zé atendeu:

 

- Boa noite.

 

- Boa noite.

 

- Aqui é casa onde o Dr. Guimarães está passando a sua folga.

 

- Quem quer saber?

 

- É a superiora dele, Dra. Valentina Albuquerque.

 

- Pois não, só um minuto.

 

- Sim.

 

O irmão do Zé, rapidamente foi receber a Valentina, que agradeceu o convite para a festa.

 

Dr. Guimarães logo apresentou sua superiora a todos, tendo sido ela muito bem recebida, inclusive por Zé Roberto, que de imediato se encantou pela beleza daquela jovem senhora, que não aparentava ter mais de 40 anos de idade, mas que na realidade já passava e muito dos 40, tinha apenas um ano a menos que ele. Guimarães explicou que a Dra. Valentina morava em São José dos Campos – SP., e que durante as operações de verão e inverno da Polícia, ela assumia o comandado daquela região inteira e se locomovia por elas constantemente, e por ser antevéspera de Ano Novo, tinha acabado de sair de seu plantão da delegacia em Ubatuba.

 

Seu irmão chamou Valentina e o Zé, e disse assim:

 

- Zé, aqui está a sua motociclista fantasma.

 

- Como assim? Eu não acredito!

 

- Valentina, aqui está aquele cara que você falou que era maluco e que passou duas vezes por ele na estrada durante a madrugada.

 

- Meu Deus, eu não acredito Guima!

 

- Sim. Eu apresento vocês dois. As duas pessoas mais malucas que eu conheço.

 

E assim, de uma forma totalmente inesperada, Zé e Valentina se conheceram para nunca mais se separarem, ela uma delegada de polícia condecorada, tendo especialização em pilotagem de motos e de helicópteros, com diversos cursos de pilotagem nos mais diversos países e ele um empresário louco por Harley Davidson, que já rodou o mundo pilotando pelas mais desafiadoras estradas.

 

Poucos minutos depois de se conhecerem já traçavam planos para tomarem um café no dia seguinte a 200 km de distância de onde estavam.

 

Só os “loucos” vão entender.

 

Silvio K. Jr.

 

7 de outubro de 2023

A VOLTA A UM PASSADO QUE NÃO EXISTE MAIS

 Certa feita em um desses encontros de turmas do passado.


Me peguei refletindo como todos envelhecemos a olhos vistos, entretanto, pior do que isso, são que alguns simplesmente não evoluíram e continuam a pensar e a agir exatamente como há 35 anos.


Obviamente que todos temos um passado, mas nenhum de nós vive mais nele.


As mudanças ocorrem em todos os momentos das nossas vidas.


Precisamos sempre nos prepararmos para uma nova vida.


Evoluir e progredir faz parte da nossa missão íntima, para tanto, é necessário  mudar a nossa maneira de pensar e agir, nos transformando assim em pessoas melhores.


Eis o nosso objetivo, ser hoje melhor que ontem e amanhã melhor do que hoje.


Quer uma nova vida?


Siga em frente, marche!


Que Deus nos abençoe hoje e sempre.


Silvio K. Jr.

RELACIONAMENTO

 Quem nunca passou por dificuldades?


Quem vive em um relacionamento perfeito com seu parceiro/parceira?


Quem pode olhar nos olhos do outro e dizer verdadeiramente, eu nunca lhe traí?


Esses são os verdadeiros homens e mulheres, guerreiros no sentido literal da palavra.


Logicamente que não são melhores e nem piores do que ninguém.


Entretanto, elas sabem o significado e o valor do respeito.


Quer ser respeitado, se de respeito.


Não é fácil conviver.


Seu relacionamento está ruim?


Não destrua o respeito.


Mantenha a sua integridade.


Vá de encontro ao problema.


Ele vai passar, como tudo na vida.


Encare-o com honra.


Não adianta fugir.


Quem foge expõe a sua miserabilidade íntima.


Quem enfrenta demonstra o seu valor.


Seja forte.


Lute por ele!


Lembre-se da sua promessa: estarei com você para sempre.


Tente de novo. Não importa de quem você acredite ser a culpa.


Se o fim chegou, faça o que tem que ser feito.


É fim de um ciclo. Ninguém merece ser infeliz para sempre.


Tudo tem começo, meio e fim.


Mas, não destrua a sua vida, com a traição.


Esse é um preço muito alto a se pagar.


Um beijo no coração e que Deus nos abençoe hoje e sempre.


Silvio K. Jr.

PROMESSA

 As vezes a Vida escancara as suas entranhas é como se ela lhe dissesse, vêm.


Você fica tentado.


Daí você se lembra que tudo lhe é permitido, porém, nem tudo lhe convém. (Paulo)


Se recorda do seu compromisso, que o seu equipamento de exploração já tem dono e está comprometido com outro chamado, o de Deus.


Ele já te convidou muito antes e nunca te abandonou. Ele tem planos para você.


Acredite!


Confie!


Pisar fundo no acelerador, já me fez sair da pista uma vez, me custou muito trabalho íntimo para por de volta na estrada a minha vida.


Não somos melhores que ninguém, não somos seres iluminados, não precisamos de seguidores, não somos os donos da verdade, nem missionários e muito menos pessoas especiais.


Nossa única missão é servir.


O nosso desejo de parecer ser alguém importante e de aproveitar tudo o que a Vida nos oferece sem medir as consequências, acaba nos desviando do nosso real objetivo.


Tudo em nome de um orgulho besta.


Isso é normal, pois somos humanos e aprendemos errando, entretanto, incorrer no mesmo erro...


Um beijo no coração e que Deus nos abençoe hoje e sempre.


Silvio K. Jr.



Ps: "Nós somos as nossas escolhas."


                            Jean-Paul Sartre