Eram 5:30 h da madrugada e o despertador tocando sem parar, ao lado, sentada em sua cama abraçada aos joelhos, olhos arregalados e fixos na parede à sua frente, um olhar de terror consumia a sua alma, estava Anna.
De
repente batidas fortes na porta, tiraram Anna do transe.
Seu
pai batia firme a porta, ao mesmo tempo que mexia na maçaneta tentando abrir a
porta, que se encontrava trancada.
Acorde,
Anna! Está tudo bem? Acorde! Dizia seu pai, em sua voz um tom de preocupação,
mas ao mesmo tempo firme.
Agora
de volta a realidade, Anna ainda não conseguia se mexer.
E pode
perceber quando o seu pai arrombou a porta do quarto, indo ao seu encontro.
Anna
se pôs a chorar compulsivamente, vindo posteriormente a desmaiar.
Acordou
em um quarto de hospital, onde descobriu que foi diagnosticada com Síndrome do
Pânico.
Anna
pensou, como ela uma psicóloga com diversas pós-graduações e um mestrado recém
finalizado, poderia estar sofrendo do mesmo mal que a esmagadora maioria dos
seus pacientes, como ela pode se deixar dominar assim, a ponto de entrar em
surto.
Ao seu
lado o seu velho pai, um médico psiquiatra que recentemente se aposentou, viúvo
e um avô em período integral.
Anna
logo adormeceu novamente, vindo a acordar apenas no dia seguinte. Ela
acreditava ter sofrido um ataque cardíaco, não acreditava no diagnóstico de
síndrome do pânico, tamanha era a dor em seu peito.
Após
sofrer outro ataque de ansiedade e novamente sedada, seu pai resolveu tomar as
rédeas da situação, não concordava com o tratamento que estava sendo ministrado
na sua filha, e na qualidade de médico especialista, assumiu o tratamento
mudando toda a medicação.
Logo
Anna acordou se sentindo muito mal, seu pai conversou com ela, explicando que
precisava reagir. Conseguiu colocá-la em pé e se movimentar um pouco, logo a
levou para o banheiro e com o auxílio de uma cadeira de banho hospitalar,
ajudou-a tomar um banho.
Logo
Anna foi se sentindo melhor e recuperando a consciência plenamente.
O seu
pai foi taxativo:
- Anna
esses remédios que você vem tomando são muletas, li o seu prontuário médico, há
tempos você está sendo erroneamente medicada. Não entendo como uma psicóloga
renomada pode se utilizar deles.
- Pai,
a pandemia acabou comigo, um caso pior do que outro, problemas atrás de problemas.
No começo pedi ajuda para meus amigos psicólogos, mas eles estavam mal também,
daí para não recorrer ao senhor, acabei me consultando com outro psiquiatra que
me receitou esses medicamentos que leu em meu prontuário.
-
Filha, devia ter vindo até mim, nós conversaríamos e encontraríamos uma saída
juntos.
- O
senhor tinha perdido a mamãe e estava com muita coisa na cabeça, não achei
justo.
-
Filha, eu só tenho você e ao seu filho. Vocês são tudo para mim. Por favor, a
partir de agora, não me exclua mais da vida de vocês. Ok?
- Sim,
Pai! O que fazemos agora?
- Vamos
começar por trocar esses medicamentos para que não tenha novas crises como
essas. Vou te acompanhar diariamente, tanto clinicamente, como através de exames
laboratoriais.
- Ok!
Passados
quase dois anos dessa conversa, Anna finalmente estava livre dos medicamentos e
sentindo-se forte para seguir em frente.
Nesse
período, por mais paradoxal que possa parecer, acabou se tornando uma psicóloga
muito melhor, pois pela primeira vez em sua vida profissional, pode efetivamente
sentir o que era estar do outro lado, literalmente no fundo do poço.
Anna,
finalmente entendeu que nós somos além de corpo, ALMA. Que o binômio
“ansiedade” e “depressão” é uma verdadeira bomba atômica, para o coração. O
estresse (emoções) é a causa principal desses males, porém, a grande maioria
dos médicos não o explicam, porque eles estão relacionados com a alma,
portanto, em tese não é problema deles.
Em sua
experiência, aprendeu que é essencial como iremos assimilar essas emoções
(stress); e que tudo irá depender do grau de rigidez de cada um, ou seja, se
não tivermos equilíbrio, basta apenas uma única emoção, para desencadear em nós
um processo depressivo. Assim o principal para combater o stress, é o
autoconhecimento; conscientizarmo-nos, que somos mais que matéria, que somos
“alma”, que temos imperfeições; reconhecer as nossas falhas é o primeiro passo
para o caminho da cura; mudarmos os nossos hábitos; renovarmo-nos, enxergarmos
esses fatos marcantes, te tal forma que eles não nos preocupem mais.
Um
beijo no coração e que Deus nos abençoe hoje e sempre.
Silvio
K. Junior.
Muito "otimo" Silvio. Parabéns!
ResponderExcluirMuito interessante Gostei
ResponderExcluirBelas palavras 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
ResponderExcluirSensacional!
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