Deus tocou o meu coração e minha alma,
abrindo meus olhos para a verdadeira essência da vida.

14 de março de 2024

PACIÊNCIA GAFANHOTO

Há dias e dias para serem vividos. Ontem (13/03), provavelmente um dia para ser lembrado.



Começo esse conto pelo fim, agradecendo ao meu amigo Álvaro, que com a sua atitude, não sei se consciente ou não, se intuído ou não, conseguiu mudar o meu padrão vibratório, exatamente quando ele estava prestes a partir para as calendas gregas.



Dia começou com uma parada para coleta de exames de sangue em um laboratório de um renomado plano de saúde de Sorocaba, que às 7:30 h, mais se parecia com uma feira livre do que com um laboratório propriamente dito, era gente para todo lado, isso depois de ter conseguido com muito custo uma vaga para estacionar, e mesmo se quisesse pagar, os estacionamentos estavam todos lotados. Ao entrar no laboratório você recebe uma senha e pedem para aguardar que vão chamar pelo painel (tvs), o tempo passa depressa e a sua senha não é chamada, porém, as preferências eram quase que sequenciais, olhei para minha direita, umas quarenta pessoas, todas com cabeças muito mais brancas que a minha e algumas grávidas, do lado esquerdo a situação não era muito diferente, com exceção de algumas crianças de colo. Em outras palavras, praticamente todos ali eram preferenciais. Desisti.



Como ainda era cedo e não havia tomado café, resolvi parar na Padaria tão ou mais famosa do que o plano de saúde, que fica localizada na continuação da mesma avenida.



Passava um pouco mais das 8:00 h e a Padaria como de costume estava lotada, todas as mesas ocupadas, resolvi fazer o meu pedido, que me foi entregue rápido como sempre, peguei a minha bandeja coloquei-a na mesa grande que lá existe a qual aparentemente não possuía banco para se sentar ao menos do lado que eu estava, nisso, do lado oposto da mesa um senhor simpático me chama e diz que há um banco daquele lado, realmente não tinha observado, peguei a bandeja, dei a volta na mesa, quando terminei de me sentar, eis que eu vejo um casalzinho com uma certa idade vindo correndo juntamente com a sua filha em minha direção. Fui educado por meus pais e obviamente que me levantei e dei o lugar para o casal, que nem tinham feito o pedido e cuja filha se dirigiu a fila para tal. Pois bem, peguei a minha bandeja e lá vou eu para o lado oposto da mesa novamente, só que agora estacionei a minha bandeja bem na ponta. Ao lado uma dessas mesas mais altas com uma única banqueta e igualmente alta, cujo ocupante nitidamente havia terminado o seu café e rapidamente se levantou. Lá vou eu novamente, pego a bandeja e transfiro-a para a mesa em questão, nisto a mesma senhorinha de outrora como um gato, chega esbaforida e com os olhinhos arregalados e abraça a mesa. 



Claro que mais uma vez eu entendi toda a situação, ela queria aquela mesa para a sua filha que assim como eu provavelmente iria tomar o seu café da manhã em pé. Ela andou uns cinco metros quase a velocidade da Luz, mas não tão rápida quanto o teletransporte da minha bandeja. Olhei bem para ela e para o seu marido, o senhorzinho virou o pescoço, tampou o rosto com as palmas das mãos e fazia o sinal de negativo com a cabeça de tão envergonhado daquela cena. Peguei a minha bandeja, já querendo ficar puto é verdade, e perguntei se ela iria realmente se sentar ali e se eu poderia me sentar no lugar que ela estava até então. Nem me respondeu e começou a escalar a banqueta que era maior do que ela. No momento eu já havia contado até dez, pensei intimamente que falta de educação não tem idade e nem classe social, confesso que faltou pouco para eu perder o equilíbrio. 



Mas eis que surge o meu herói, meu amigo Álvaro, que me cumprimentou de uma forma tão afável que instantaneamente me trouxe de volta a minha realidade. Nem bem deu tempo de conversamos, nem um minuto é verdade, e uma funcionária da Padaria, veio oferecer uma mesa melhor para o casal e sua filha e para lá seguiram felizes, sem se despedirem ou agradecerem, afinal essa era a minha obrigação.



Obrigado mais uma vez Álvaro.



Não me julguem!



Não é preciso. 



Eu mesmo me julgo, faço a dosimetria da pena a e cumpro. 



Fiquem tranquilos. 



Ainda bem que sempre há o dia seguinte.



Bora começar tudo de novo.



Um beijo no coração e que Deus nos abençoe hoje e sempre.



Silvio K. Jr.

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