Passava
um pouco mais das onze horas da noite, quando Augusto acorda de súbito, acometido
de uma dor insuportável no peito, seguida de calafrios. Não conseguia se mexer,
o inseparável telefone celular a apenas um esticar de braços de distância, estava
agora totalmente inatingível.
Suando
frio, pensou consigo mesmo, que a sua hora havia chegado. Augusto um solteirão
convicto, que hoje conta com 68 anos idade, sempre adorou morar sozinho, embora
tenha um relacionamento com Marlene há mais de cinco anos, para ele é cada um
na sua casa.
A dor
só aumentava, Augusto já havia rezado todas as orações que lhe foram ensinadas,
na realidade, não conseguia terminar nenhuma delas. A cada espasmo de dor, a
única coisa que ele conseguia fazer era ver as horas no despertador que fica na
cômoda ao lado da cabeceira da sua cama e já se haviam passado quase dez
minutos daquela dor agonizante.
Passou
por sua mente a falta que faz alguém em sua vida naquele momento, se lembrou de
Marlene, sempre atenciosa, se ali estivesse, nesse tempo, com certeza ele já
estaria dentro de um hospital, se lembrou dos seus irmãos sempre tão solícitos,
todos a apenas um toque no aparelho celular que jaz ali ao lado da sua cama.
Fechou
os olhos e imediatamente um filme começou a passar por sua mente, desde os
tempos de infância até o presente momento, reviu mentalmente todas as pessoas
que lhe foram importantes durante a sua vida, se despediu de todos de forma
carinhosa e de repente seus olhos se encheram de lágrimas e que logo virou um
choro compulsivo e seguido de muitos soluços.
Momentaneamente
se esqueceu daquela dor lancinante, achou que estava delirando, a sua mãe já
falecida estava ali, bem diante dos seus olhos. Augusto perguntou: Mãezinha
querida a senhora veio me buscar? A mãe balançou a cabeça negativamente e mexia
a boca como se estivesse pronunciando alguma coisa, que ele não conseguia decifrar.
Mãe me
perdoe por todas as vezes que eu a magoei e a decepcionei, me ajude mãezinha,
me ajude.
E do
nada como o rimbombar de um trovão, ele ouve a voz da sua mãe, que gritando,
determina: Cala a boca Augustinho, seja homem, você não está tendo um ataque
cardíaco, são só gases resultado da feijoada que o imbecil resolveu comer agora
a noite.
Não
pode ser mãe! Claro que é Augustinho, peida logo, menino lazarento, senão te
encho de porrada.
Mãe...
Mãe... Mãe, por favor, não vá embora...
Emocionado
Augusto consegue se virar na cama e uma sinfonia de todos os tipos de peidos começam
a esvaziar a sua dor.
Só então
Augusto percebe que na realidade ele estava sonhando e como um gato dá um pulo
da cama, pois, pelo visto este último peido vem acompanhado.
Meoooooooooooooooo
Deollllssssssssssssssssss
Silvio
Klinguelfus Junior
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