Estamos
em meados do ano de 2.008, o nosso personagem acaba de completar 40 anos, e como
diz o ditado popular, é quando a vida começa. Assim nada melhor que um check-up
médico, para ver como andam as coisas internamente.
Procurou
por um cardiologista que lhe pediu todos os exames necessários, tudo certo com
o nosso amigo, passou com louvor nos testes físicos, deixando o médico feliz. Após
os exames clínicos de praxe, o Doutor estava fazendo as anotações finais na
ficha do paciente, quando este de repente (intervenção Divina) resolve lhe
perguntar se havia ocorrido algum caso de câncer na família, cuja resposta fora
afirmativa. Diante disso o Doutor esclarece que irá solicitar mais um exame,
que normalmente é feito a partir dos 50 anos, mas dado o histórico, é melhor
fazê-lo nesse momento, trata-se de um exame chato, o nome dele é colonoscopia.
O
resultado desse exame não podia ser mais avassalador, o câncer foi detectado, e
naquele momento começa uma nova etapa na vida do nosso amigo.
O
tempo seguiu implacável, após alguns meses tudo estava confirmado, o câncer já
havia saído da parede do intestino, cirurgias seriam necessárias, assim como
todo o tratamento radiológico e quimioterápico, sua chance de cura batia os
30%.
Nesse
interim, onde nuvens escuras se formaram em sua vida, ele percebeu que algo
estava faltando. Para uma pessoa com uma visão materialista do mundo, isso lhe
soava muito estranho, não era ateu, mas, um atoa, assim como milhões de
brasileiros, teve uma formação religiosa nos tempos de criança, porém, totalmente
inoperante em sua vida.
Procurando
atender aquele anseio que carregava em seu coração, finalmente procurou por ajuda
espiritual, infelizmente as portas não se abriram, como se fosse um castigo
pelos anos que se manteve afastado, até que uma ajuda veio de onde ele menos
esperava, um até então colega, lhe disse, não é Deus que lhe abre as portas e
muitos menos pessoas, é você que deve convidá-lo a entrar e fazer parte da tua
vida.
E
aquele colega, se tornou um amigo e um irmão, pegou em suas mãos e o orientou
em seus primeiros passos, e assim, um novo mundo se abriu diante dos seus olhos
e a certeza que não estava mais sozinho lhe deu novo ânimo de lutar pela sua
vida.
Sem
dúvida alguma, foi necessário ser nocauteado, ter beijado a lona, para que pudesse
a voltar a enxergar a verdadeira essência da vida.
O
tratamento foi árduo não apenas para ele, mas principalmente para sua esposa e
filha, que passaram juntas por todo o sofrimento, entretanto, havia uma luz
diferente brilhando naquele lar, não mais existiam as nuvens escuras de
outrora, e a paz ali reinava.
Depois
de exatamente nove meses, o seu tratamento chegou ao final. Nasceu ali uma
pessoa melhor. Saiu chamuscado é bem verdade, cheio de sequelas que lhe
acompanharão para o resto de sua vida. “E por mais paradoxal e incrível que
isso possa parecer, o mal que o câncer lhe causou, nem se aproxima do bem que
ele lhe trouxe.” Essa frase quem disse foi o ex-vice presidente da República
José de Alencar, durante um tratamento de câncer idêntico, que o levou a óbito.
Aliás, quando o nosso personagem a ouviu, o seu tratamento estava na fase
inicial e imaginou que aquele homem só podia estar louco, e, entretanto, hoje
carrega essa frase como uma lição de vida.
Pelo
vale da sombra da morte caminhou, porém, sempre acompanhado, ali aprendeu e
apreendeu lições para a eternidade, reviu a sua vida como em um filme, não
gostou do que assistiu, e, de volta a vida retornou, e nesse período de
moratória, um novo roteiro escreveu.
Aprendeu
que a fé, embora seja uma palavra bem pequena, tem uma força transformadora inacreditável.
Basicamente, a crença é acreditar naquilo que não vemos. A fé nada mais é do
que uma crença, entretanto, ela tem um fator a mais, que é a "CONFIANÇA”.
Então além de crer você confia, isso é fé.
Hoje segue
escrevendo a sua história, tentando ser hoje, melhor que ontem e a amanhã melhor
que hoje, esquecendo o mal, crendo no bem e servindo com amor.
Graças
a Jesus.
Graças
a Deus.
Silvio
Klinguelfus Júnior.