É impressionante como
o ser humano gosta de dar ênfase às aparências. Como o visual, aquilo que se
contempla, fascina os nossos olhos. Trata-se de um defeito, de uma
impropriedade ser assim? Depende!
Tudo que é exagerado é uma
distorção. Por quê? Porque não é necessário. Discernimento e sensatez são dois
adjetivos que deveriam estar sempre presentes nos nossos procedimentos e
relacionamentos com o mundo que nos cerca.
A superficialidade é danosa como
forma de conduta. Burra( de burro) e banaliza o ser humano. Nada mais constrangedor
que uma pessoa fútil, sem nada a dizer, sem nada a acrescentar. Pessoas que
vivem de aparências não necessariamente são fúteis, mas, com absoluta certeza
esses desvios quando notórios podem levar a tal conclusão.
Nossos armários e despensas estão
abarrotados de produtos para satisfação do nosso corpo. Nossa biblioteca é
pobre. Nossos corpos e mentes estão voltados para o culto ao belo, ao aparente.
O nosso ego é insaciável. O marketing predatório se apresenta e completa a
obra, obra esta mais que ávida para assaltar os nossos bolsos.
A visibilidade, aquilo que se
contempla, caso não haja discernimento, pode levar a conclusões precipitadas.
Nestes dias um amigo mandou a seguinte ilustração:
- Alguém que queria se ver livre de uma
geladeira velha colocou-a na rua com os seguintes dizeres: “pode levar, é de
graça”. Passaram se dias e dias e nada. A geladeira continuava lá. Resolveu,
então, mudar a estratégia escrevendo outra placa: “geladeira usada, apenas
R$50,00”. No outro dia roubaram a geladeira.
Pergunta: a geladeira não era a
mesma? Sim, era a mesma, mas foi “maquiada”, foi valorizada e aí o ser humano
consegue enxergar além daquilo que vê. A vida é assim. O valor que damos a
certas situações e coisas podem conter enganos que são verdadeiras armadilhas e
podem nos custar muito caro se não formos prudentes.
Quando você vai ao supermercado e vê
o mesmo produto, com marcas diferentes, não existe uma tendência de achar que o
que está mais caro é melhor? Sabe por quê? Porque o visual nos fascina. O
grande estelionatário apresenta-se sempre bem vestido e ostentando. O motivo?
Porque ele conhece em profundidade a tendência do ser humano quanto ao visual.
Apresentar-se perante a sociedade
exige muito discernimento mesmo para quem tem recursos e possa fazer isso. A
futilidade não tem residência fixa. Tanto pode estar no lar do abastado como em
outros não tão providos.
Há dois mil anos, aquele Ser
extraordinário que vocês sabem bem quem é, denominou essas pessoas vazias de
“sepulcros caiados”, Isto é, belos por fora e podres por dentro. Não permitamos
que o “modismo” e o marketing predatório deturpem aquilo que eu, você, nós,
somos realmente. Vamos ser transparentes e condizentes com nossa realidade (a
de cada um) . O mundo, o Brasil mais do que nunca, estão precisando de gente
assim.
Ademir Penteado