Por quem os sinos dobram...

(título propositalmente homônimo ao romance de Ernest Hemingway)

Há tempos venho enfrentando um dilema íntimo, nesse mundo atual onde o tempo é sem tempo, onde somos levados a crer que temos opinião formada sobre tudo e todos, e pior, a externamos corriqueiramente através de um simples clique, compartilhando algo, sem ao menos checarmos a sua veracidade.

E nessa semana, diante de tantas opiniões sem fundamento algum, muito menos moral, sobre a morte de um candidato a presidência, traçando paralelos sobre quem realmente deveria ter morrido em seu lugar, lembrei-me da frase do escritor inglês John Done: "Quando morre um homem, morremos todos, pois somos parte da humanidade".

Muito triste tudo isso, não nos preocupamos com os sentimentos dos familiares, publicam-se fotos de pessoas dilaceradas, que na maioria das vezes são forjadas e inseridas dentro de um contexto para dar veracidade aos fatos, e nós sem pudor algum, sem o mínimo de ética, as compartilhamos, mas não só as imagens e textos, e sim com esta atitude, afirmamos que comungamos da mesma ideia. Realmente estamos vivendo em um tempo que já parecia ser passado, mas que está mais presente do que nunca, o tempo da justiça com as próprias mãos, dos instintos agressivos e da prevalência dos valores materiais, literalmente a volta das “arenas” romanas.

''Deus, proteja-me da bondade das pessoas más.'' Essa frase segundo uma amiga, estava tatuada no corpo de uma mulher, em que ela observou enquanto ambas passam por atendimento médico em um pronto socorro, e que acabou ficando gravada em sua alma.

Creio que a frase acima, encaixa-se perfeitamente ao que estou tentando passar, pois muitas vezes o mal está oculto sob a aparência do bem, e quando conscientemente fazemos escolhas erradas, passamos a ser aquilo que falamos e sentimos.

Buscamos inutilmente culpados pela nossa situação, e nos esquecemos de que através dos nossos pensamentos e decisões, somos nós os únicos responsáveis pela infelicidade que atravessamos, e, isso absolutamente nada tem a ver com Deus.

Precisamos compreender que necessitamos viver o bem, utilizando-se sempre do bom-senso (nossa consciência) em todos os atos de nossas vidas, e lembrarmos sempre que viver o bem é estar em consonância com as Leis de Deus.

Um beijo no coração e que Deus nos abençoe.

Silvio Klinguelfus Junior