“Bora - Deprê”

Basta um dia não muito bom, que começo a reclamar. Esqueço tudo que aprendi, esqueço das minhas vitórias, esqueço dos milagres que Jesus fez em minha vida, e me debruço em lamúrias.

Quanta ignorância, quanto tenho ainda a aprender, a melhorar, a evoluir.

Olhar caído, cabeça baixa, rosto fechado, deixam claro a todos, que não estou nos meus melhores dias. Inevitável as perguntas, do tipo: Você está bem? Tá meio abatido hoje posso te ajudar? Cara você não é assim, o que você tem?

Agora aqui em casa, sentado ao sofá, vendo minha filha, sentada ao meu lado, entretida com o computador, um silêncio tomou conta do meu ser, me levando a uma viagem pelos confins da minha alma, ouço apenas um passarinho cantando ao longe, e o suave som do dedilhar da minha filha no teclado do computador. Assim nesse quadro, volto no tempo, e vejo o quanto injusto estou sendo nesse dia, injusto com as pessoas que se preocuparam comigo, injusto para comigo mesmo, e principalmente injusto para com Deus.

Só agora, enxerguei e compreendi o quanto eu sou querido, quantas pessoas Deus colocou em minha vida nesse dia, para não me deixar fraquejar.

Outro dia em uma conversa com um amigo, ele me disse, que não tinha idéia de como as pessoas gostavam dele, que precisava mudar urgentemente seus hábitos, passar a demonstrar mais atenção, se mostrou surpreso com a recepção que teve quando passou a frequentar a paróquia do seu bairro, nem imaginava, o quanto era bem quisto, só agora a ficha lhe caiu.

Bom vamos lá, olhar altivo, cabeça erguida, sorriso no rosto, “borá” cutucar a minha filha, provocar gargalhadas, puxar o rabo do Kiko (meu dog), e espantar essa “deprê” para bem longe.

Que legal, minha outra metade acaba de chegar, agora sim, meu coração disparou.

Um beijo no coração de todos.

Silvio Klinguelfus Junior

Quem sente piedade de si pára de caminhar