Deus tocou o meu coração e minha alma,
abrindo meus olhos para a verdadeira essência da vida.

22 de junho de 2025

BORDEL

 - Sirvião 


- Fala Joãooooooo 


- Eu e a Joana, compramos uma casa bem antiga na Avenida Gal. Carneiro.


- Que legal, Joãooooooo.


- Agora vamos fazer a escritura com você e na sequência reformar e colocar para locação.


- Obrigado por confiarem no meu trabalho e parabéns pela aquisição.


- Mas, sabe uma coisa que me preocupou, descobri que essa casa tem uma história diferente.


- Eita... como assim?


- A casa foi um antigo Bordel na década de 80.


- Não me diga, que você comprou o Bordel do Hélio?


- Essa mesma. Você conhecia Sirvião? 


- Não da maneira que você mente poluída imagina, eu cresci no bairro e conheci o Sr. Hélio e seus filhos, ele faleceu exatamente na virada do ano 2.000, por isso, me marcou.


- Faleceu? Como assim?


- Sim, Joãooooooo, o Sr. Hélio faleceu em 2.000.


- Meoooooooo Deollllsssss 


- O que foi Joãooooooo? Você ficou pálido de repente!


- Meoooooooo Deollllsssss 


- Fala logo, Joãooooooo!!!


- Depois que fechamos negócio, no dia seguinte fui até a casa para dar uma olhada e quando eu abri a porta dos fundos da casa eu tomei um susto ao me deparar com um senhor.


- Quem era? Algum morador de rua.


- Não, ele estava muito bem vestido, me saudou com um sorriso e perguntou se ali, por acaso, não era o Bordel do Hélio.


- Caramba, mesmo depois de tanto tempo as pessoas ainda procuram pelo Bordel? O que foi Joãooooooo? Tudo bem? Quer ajuda? Uma água?


- Foi o que eu imaginei Sirvião e disse a ele, era aqui sim o Bordel do Hélio, e eu comprei a casa agora e perguntei quem ele era, no que ele me respondeu: Então, eu sou o Hélio. Eu o cumprimentei e o convidei para ver a casa junto comigo, conversamos amigavelmente e logo depois ele se despediu e foi embora.


- Meoooooooo Deollllsssss, Joãooooooo. 


- Isso mesmo, agora eu não piso mais lá sozinho. Nunca mais.


- Calma Joãooooooo. E como o senhor Hélio era?


- Um senhor negro e alto, bem afeiçoado, usava um chapéu Panamá Branco e não tinha uma parte do braço esquerdo, que me disse ter perdido na Itália, quando lutava pelo Brasil a 2a. Guerra Mundial.


- Meoooooooo Deollllsssss, era ele mesmo.


- Meoooooooo Deollllsssss