14 de agosto de 2017

VIDA

Sou caçula de seis irmãos, vim ao mundo no ano de 1968 (ano do ato institucional nº 5, AI 5 - em plena ditadura militar) com certeza, um ano bem tranquilo para nascer.  

Minha mãe tinha então 43 anos de idade e meu pai 48 anos; só a título de registro, nesta década a expectativa de vida do brasileiro era de 54 anos.

Já a taxa de mortalidade infantil (número de crianças que morrem antes de completar 01 ano, a cada mil nascidas vivas) na região sudeste era de 110 e a média no Brasil de 122.

Não tive avós e também já perdi meus pais (minha mãe partiu em 1.992 e o meu pai em 2.000).

Em 1974 fui acometido de uma doença chamada escarlatina, hoje de fácil tratamento, mas, que na época, os seus sintomas não eram muito conhecidos e a demora dos médicos em a diagnosticarem quase me levou a óbito (aqui o agradecimento eterno dos meus pais e o meu também é óbvio ao falecido Dr. Agrário Antunes).

Em 2009 tive um câncer que no grau de estadiamento em que se encontrava quando descoberto, as minhas chances de sobreviver eram abaixo de 30% e lá se vão 08 anos e contando (podemos assim dizer: foi doloroso).

Porém, quero dizer, que agradeço imensamente a Deus por cada minuto da minha vida, que mesmo diante dos percalços acima e de mais alguns outros, as coisas boas que me aconteceram foram exponencialmente superiores, verdadeiramente não há como mensura-las.

Os momentos de felicidade que desfrutei junto aos meus pais e meus irmãos marcaram de forma indelével a minha infância, agradeço aos meus pais, mas principalmente a minha mãe, que colocou em risco a sua vida para que eu pudesse nascer. Gratidão eterna a ambos.

As amizades que fiz na adolescência, muitas das quais seguem comigo firmes e fortes até hoje, juntam-se a elas as não menos importantes amizades da época do ensino superior, bem como as dos meus companheiros de trabalho (já são 35 anos de convivência diária). E, claro, que há também os irmãos de coração, aqueles que escolhemos para seguir ao nosso lado.

Conhecer a minha esposa, foi outro marco na minha vida, lá se vão quase 29 anos, esse número fala por si só. Se não bastasse ainda fui coroado com o nascimento da minha filha, hoje uma mulher.

Problemas todos nós temos, não há exceções, e as dores também, porém o sofrimento é opcional.

Basta ter verdadeiramente olhos de ver e ouvidos de ouvir, para concluirmos que a vida é feita de momentos, tanto os felizes como os dolorosos valem a pena serem guardados. Os felizes para que nos recordemos que a vida apesar das dificuldades vale a pena ser vivida em sua plenitude; já os dolorosos para que nos lembremos de quando aprendemos as mais valorosas lições.

Um beijo no coração e que Deus nos abençoe hoje e sempre.


Silvio Klinguelfus Junior

5 comentários:

  1. Vc foi muito guerreiro Silvio. Deus o abençoe muito.

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  2. Tio, é sempre gratificante e transformador lermos um relato de gratidão verdadeira...
    Belas palavras!

    Abç,
    Rafael

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  3. Nossa vida é como uma grande viagem de trem. Temos uma estação de origem e uma de destino. Entre elas, outras tantas. Não temos como mudar o trajeto do trem, mas temos a opção de descer nas estações e conhecer o que há de bom em cada uma delas. Como a viagem é longa, o cansaço também deve ser considerado. Levantar e andar, é recomendado.

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  4. Importante!!! Lembrar que, sem um maquinista, não há viagem segura. É ele quem tem o controle do trem e garante a qualidade de nossa viagem.

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