Deus tocou o meu coração e minha alma,
abrindo meus olhos para a verdadeira essência da vida.

11 de fevereiro de 2017

Sobre o passado...

Relembrando a minha vida, não me recordo de ter passado nela alguma necessidade, Deus foi bom demais para comigo. Antes que comecem a crucificação, só para que fique bem entendido, que quando digo: necessidade alguma, diz respeito à nunca ter vivido na miséria total e passado fome, entretanto, a minha vida e dos meus irmãos sempre foi justa, ou seja, sempre tivemos exatamente o necessário, nada mais, em qualquer que seja o quesito a ser analisado, não importa se material ou emocional.

Atualmente tenho a absoluta certeza que viveria muito mais feliz somente com o extremamente necessário e isso nada tem a ver com apologia a pobreza e sim com a simplicidade das coisas. Em algum momento, nós ficamos frescos demais, nada pode atualmente, basta apenas uma palavra mal colocada e já é motivo para reclamações, nós e nossos familiares em sua maioria vivíamos sem floreios, todos sabiam o que tínhamos que fazer para ser alguém decente na vida, das dificuldades da família e do esforço conjunto para se adquirir alguma coisa, quiçá, conseguir formar um filho na universidade, todos nós limpávamos a bunda com papel higiênico primavera, leia-se lixa e que eu saiba ninguém morreu.

Criávamos galinhas no quintal que eram alimentadas com restos de comida e alguns insetos que elas encontravam, aliás, não só elas o nossos cachorrinhos também, pasmem, comiam até ossos de frango, engasgavam, mas tenho a sensação que eles também eram mais felizes. Os almoços de domingo em sua maioria eram acompanhados da boa e velha macarronada e da famigerada, mas, saudável laranjada servida em jarra plástica, e, é claro que não podia faltar o prato principal o frango criado no quintal. Confesso que já chorei quando soube que o almoço era o “garnisé” que eu vi nascer e crescer e também ri muito da cara de nojo da minha irmã por ter que comer uma daquelas galinhas, uma vez que no dia anterior havíamos presenciado elas (galinhas) participarem de um banquete com baratas.

E hoje? Damos tantas coisas para nossos filhos, incluindo ai amor em demasia, proteção em excesso e broncas de menos; matamo-nos de trabalhar para conseguir coisas que depois ficam jogadas por um longo tempo antes de virarem lixo; parece que nada mais tem graça para nossos filhos. Nós deixamos o mundo sem graça para eles, criamos uma geração sem ambição, pois, tudo ficou muito fácil, sem cor, e por mais paradoxal que possa parecer, para eles o pouco com luxo lhes basta.

Inacreditável, não é? Uma inversão tremenda de valores. Ultimamente diante da crise que assola a todos no Brasil, venho infelizmente presenciando o sofrimento de alguns amigos pela cobrança que fazem de si mesmos, por não poderem dar aos seus filhos aquilo que não tiveram, e, entretanto, se esquecem de dar a eles o que tiveram.

Uma pena. Sofremos todos, pais e filhos.

Um beijo no coração e que Deus nos abençoe hoje e sempre.

Silvio Klinguelfus Junior





15 comentários:

  1. Vc esta certo, hoje o cara come file m.picanha,caviar, etc e nem consegue digerir direito ,feliz aquele que contenta com o que tem.

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    1. Vc esta certo, ótimas lembranças.

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    2. Vc esta certo, ótimas lembranças.

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    3. Muito bom aquele tempo. Jarra de plastico vrrde. Saudades. Tudo mudou e acabamos se perdendo naquilo que seria o mais correto a ensinar nossos filhos. Pena . Abraço

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  2. Que emocionante, ri muito e lembrei de toda a infância maravilhosa com meus pais e irmãos, ah! Como éramos felizes, qualquer novidade nos deixava mais felizes ainda, hoje nada é o bastante, tá sempre faltando algo para todos, queremos sempre mais e mais, há algum tempo venho optando pelo simples, e tô sentindo que o simples é muito melhor que os excessos, mais leve, mais humano. Belo texto Sílvio, boa noite amigo! Cece Vieira.

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  3. De tudo o que eu já li seu, até agora, este texto foi o mais profundo e verdadeiro.um desabafo vindo do âmago. É exatamente isso. Seria bom se a simplicidade estivesse no nosso presente. Nossos antepassados se preocupavam em formar homens honrados e de caráter. Hoje nos preocupamos em formar doutores. Sandra Rebelles

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  4. Poxa cara vou ter que postar na minha pagina, isso é tudo que eu penso, que legal parabéns pelas belíssimas palavras, um beijo no seu coração, você já me ajudou muito e uma vez mais com o seu conhecimento. Wellington Guimarães

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  5. Silvio, ao convivi com você. Nas férias era mais os teus irmãos mais velhos, que iam para Curitiba e era muito bom! Quando comecei a ler este texto, passou um filme na minha cabeça. Imaginei teu pai, tua mãe e toda a familia reunida, como era mesmo antigamente. Parabéns pelo lindo texto! Assim foi a minha infância também! Um bom domingo! Jussara Passos

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  6. É a realidade que vivemos hoje a inversão dos valores e geralmente para o pior, tá ficando muito difícil de educar os filhos hoje, eles mesmos são prejudicados com essa modernidade de hoje, muitos riscos de cair em maus caminhos. Parabéns pelo texto. Luis Polis

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  7. A Era do prazer.... Relações líquidas. Susi Berbel

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  8. Risos... me lembro perfeitamente do dia das galinhas.

    Regina

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  9. Eu me identifiquei inteiramente com o texto, tempos bons e tempos atuais tão diversos. Irani

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  10. É bem isso mesmo, meu querido irmão. Já em Apiaí criava cabritos e patos como bichos de estimação , para irem para as panelas. Me lembro que eu até chorava, mas cheguei até matar patos e cabritos , limpar e levar para a mãe preparar. Teu texto fotografou o momento eternizado do que é família, mas a vida apresenta novas estradas e cada qual segue seu caminho. Cada um tem sua cruz para carregar, não importa o tamanho,mas que seja leve,pois as vezes vemos cruzes grandes, mas descobrimos que são de isopor, e as que são pequenas são de aço. Bjs a todos. Obiratan Klinguelfus

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  11. Muito lindo esse texto bom para refletir , muito verdadeiro. Diva Monteiro Sugiyama

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  12. Boa noite Silvio também estou refletindo sobre estas questões que estão te tocando .

    Vemos hoje a humanidade doente, com falta de valores internos e uma pobreza espiritual sem igual.

    Mas a lei de atração da natureza e formidável, pois quando vibramos na mesma energia tudo se atrai. Cabe cuidar do que escolhemos viver, para Luz ou para as trevas.

    E quando vemos o Amor de Deus unindo corações, transbordando de tantas bênçãos em tudo que tocamos e fazemos , enfim damos um novo sentido nossa vida.

    Temos que aprender a silenciar mais nossos pensamos e sentimos para nos observar mais o quanto estamos crescendo dentro, onde nos sentimos mais conscientes , fortes e felizes . Quando estamos servindo a Deus.

    Um grande Beijo no seu coração.
    Fique na Paz! Beth

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