Deus tocou o meu coração e minha alma,
abrindo meus olhos para a verdadeira essência da vida.

31 de janeiro de 2015

MINHA TERRA AINDA TEM PALMEIRAS ONDE CANTA O SABIÁ...


----------------------------------------------------
Todos que me acompanham por aqui sabem que não publico textos de terceiros, pois todos os meus textos são escritos para mim, e assim continuarão, não tenho a pretensão de ensinar nada a ninguém.
Desde o início houve apenas duas únicas exceções, e hoje novamente a faço, pois gostei demais de um texto que me foi enviado por um amigo com algumas recomendações.
Assim sendo, aproveitem...

---------------------------------------------------

Órfãos das promessas do passado, e herdeiros de um presente que não planeja o seu futuro, contaminaram teu sangue puro; comprometeram sua herança; não provo do fruto maduro; cresci, e sou tratado como criança.

A mãe nem tão gentil, com seus filhos se impacienta, antes agraciava, agora argumenta.

Que fizeram de teu céu risonho e límpido, onde teus rios caudalosos, esses bens tão preciosos?

Vives agitada, ante dias rumorosos.

Teus risonhos lindos campos; eram tantos; agora sonhos.

Um gênio do mal vos afronta resoluto, pouco vale o correto, muito vale o corrupto.

Já não acolhes como antes em teu seio farto e abundante, em tuas terras sem fronteiras, em tuas matas verdejantes.

Sob o céu azul anil, procuro pela paz em teu solo, algum consolo, meu combalido Brasil.

O teu brado antes forte, retumbante, dividiu-se entre sul e norte, não ressoa como antes.

Iracema não é mais virgem, nem tem mais lábios de mel, deflorada, com vertigem, seu beijo agora é amargo fel.

Ceci desiludiu-se com Peri; juras de amor eterno não são mais ouvidas por aqui.

Tantos filhos vos causam decepção, amoedam-se, tirando do que cabe ao outro, apropriando-se de seu quinhão.

O penhor dessa igualdade, aos poderosos hoje pertence, triste realidade, honestidade não mais convence.

Que esperanças levam a esse povo sofrido; dando-lhes sobras e fazendo alaridos?

Ofertam deste pão, fermentando o ócio, causando anemia, inanição.

Somente o trabalho ao homem engrandece, porquanto as esmolas dadas, em seu foro, os apodrece.

De ti descuidaram; desleixos e relapsos, agora vêem-te perplexos a beira do colapso.

Se política é vosso talento, tirai o seu melhor de dentro, representar teu povo é sacerdócio, jamais oportunidade de negócio.

A consciência é eterna em vosso ser, faças hoje o teu melhor, para mais tarde com ela ter.

O Brasil pertence aos brasileiros, e os que menos têm e os que mais precisam, são seus filhos herdeiros.

Pergunto-vos em verdade, respondam-me com sinceridade, teríeis mesmo coragem, pelo metal vil, de matar a esperança dos filhos do Brasil?

Resta então, ao Pai pedir, dias melhores para o porvir.

Até Deus, o eterno companheiro,  não abarrota mais os teus celeiros.

Tanta foi de seus filhos a ganância, que matamos em ti, tua abundância.

Teus raios fúlgidos despontavam como poesia no horizonte, teus raios hoje mal iluminam um passo adiante.

Desprezamos tuas águas benditas e abençoadas, hoje se melindraram, fazendo-se de rogadas.

Teus filhos necessitam lições para aprender e será pela falta do que mais precisam que mais rápido irão crescer.

Oh Pátria amada; perdoa-nos; o que contigo fizemos?

Que revés proeza, estancaram teu tesouro, roubaram tua riqueza, usurparam o teu ouro, só migalhas sobre a mesa.

Incompetência, ingerência, essa sanha má gestora é sombra perturbadora ditando tua falência.

Inverteram teus valores, meu país está doente; para onde se olhe; dores, choro, e ranger de dentes.

Para modificar o homem e seu coração, a ponto de ver no outro seu irmão, só há uma pedagogia, é esse sol que clareia o dia, é essa luz chamada educação.

Não permita Deus que eu morra, sem antes eu percorra, do Oiapoque ao Chuí, pois ainda quero ouvir, com as aves que aqui gorjeiam, um filho meu cantar, pois sei que minha terra ainda tem palmeiras, onde canta o sabiá...


                                                                                         GILMAR BERTO

Nenhum comentário:

Postar um comentário