COMPAIXÃO

Algumas notícias dessas últimas semanas mexeram comigo, embora não diretamente relacionadas a mim, envolveram pessoas queridas.

Estamos precisando de compaixão nesse mundo.

Primeiro foi à família de um amigo que foi feita refém em seu próprio lar, durante algumas horas, sofreram violência desmedida, que deixaram sequelas psicológicas profundas.

Mais recentemente um grande amigo, para não dizer um irmão, me surpreendeu ao ligar no meu celular, sempre muito animado, um cara de alto astral, assustei-me com a notícia: - Silvio, eu nasci de novo. Como ele é um farrista inveterado, achei que estivesse brincando, só depois de alguns segundos, entendi que o assunto era sério, que ele houvera sido sequestrado, passou nas mãos dos bandidos das sete horas da noite a seis horas da manhã seguinte.

Em ambos os casos, me coloquei no lugar deles; que dor se apoderou do meu coração.

Não é fácil praticar o bem e enxergar as coisas dignificantes no próximo, diante dessas circunstâncias.

Porém nessa mesma semana, recebi um e-mail de outro amigo, que pedia que orássemos pela sua mãe, a qual esta passando por momentos delicados.

Esse gesto de um filho para com sua mãe me sensibilizou, pois nos dias atuais, de tantas desgraças, de tanta violência, um ato de amor, fez as esperanças renascerem.

O período de gestação é um compromisso dos pais para com os filhos, um estreitamento de relacionamento, ali nasce uma ligação eterna entre eles, principalmente com as mães, o que gera uma fonte inesgotável de amor.

Esse amor incondicional, entre pais e filhos, sempre sofrem pressões, algumas vezes infelizmente negativas.

Quanto li o e-mail desse meu amigo, me fez lembrar, que se trata de uma obrigação Cristã, orarmos por nossos pais; o que me fez refletir, que todo filho tem o pai que merece e vice-versa. Nada é por acaso.

Quando o corpo dos pais, envelhecem, muitos filhos simplesmente os esquecem e os abandonam. Antes os pais eram referências, agora são estorvo; os filhos passam a trilhar novos caminhos, e os pais agora não servem mais a seus propósitos, deixam para trás, a atitude de amor que lhes acompanhou durante grande parte das suas vidas, e apenas sabem reclamar e criticá-los.

Nunca devemos abandoná-los a própria sorte, pois a cada dia está mais perto a separação. Nunca mais iremos sentir o cheiro deles, ver os seus olhos marejados repletos de amor. Momentos simples, como uma peça de roupa dobrada sobre a cama, nunca mais.

Por isso precisamos valorizar o tempo com nossos pais. Eu que já não os tenho mais ao meu lado, sei a falta que eles me fazem.

A obrigação de cuidar que era dos pais, agora é dos filhos, trata-se não somente de uma obrigação moral, enquanto aqui na terra, pois sem sombra de dúvidas, no mundo espiritual essa obrigação é muito maior.

Cada ato de amor e carinho, como a do meu amigo, faz florescer nos corações, flores orvalhadas por lágrimas de amor que brotam do fundo d’alma de nossos velhos pais.

Pai, mãe, de onde vocês estiverem me perdoem se não fui um bom filho, e espero ser um pai, tão bom quanto vocês foram para mim.

Eu quero para minha vida, um amor igual ao do meu amigo pela sua mãe, um amor maiúsculo, como também o fora dos meus pais para comigo, e desejo que assim o seja para com minha mulher e minha filha.

Um beijo no coração de todos, e que Deus nos abençoe.

Silvio Klinguelfus Junior

Sempre que te sentires fraquejar, renova-te pela prece.