Deus tocou o meu coração e minha alma,
abrindo meus olhos para a verdadeira essência da vida.

9 de junho de 2011

Livre arbítrio

A historinha a seguir, ilustra a questão do livre arbítrio, que levantei no meu texto anterior,  quando ouvi essa história, contada por Mariangela, me encantei com a sua simplicidade, sendo assim,  resolvi transforma-la em texto, utilizando-me de um estilo literário de outra amiga.

Mirna, 45 anos, solteira, gerente de recursos humanos de uma multinacional, tem como virtude, seu excelente relacionamento com os departamentos de RH das outras multinacionais instaladas na cidade, bem como as empresas que captam funcionários no mercado, possui uma assistente direta, cujo nome é  Ana, 40 anos, viúva, chefe do setor de RH,  psicóloga e doutorada, extremamente competente.

Justamente essa competência, causou medo em Mirna, medo que Ana viesse a tomar seu lugar, então como acontece com frequência no mundo corporativo, Ana foi demitida.

Ai começa uma sequência de fatos, que podemos denominar de efeito cascata ou efeito dominó.

Ana é mãe de Júlia 19 anos aluna do segundo ano de medicina, cuja mensalidade é de R$3.800,00, é filha da Dona Bernadete, também viúva, pensionista que recebe um salário mínimo, foi vitima de um derrame que a deixou de cama, e também mora com Ana.

Para auxiliar em casa, Ana tem uma empregada chamada Maria Lúcia, que também é uma espécie de acompanhante da mãe de Ana.

Com a demissão de Ana, e passado quase 03 meses, ela não consegue recolocação no mercado, muito porque a Senhora Mirna, usou da sua influência junto às outras empresas e fez o favor de queimá-la no mercado.

Assim ela teve que rever seu orçamento, sua filha está tentando uma bolsa na faculdade e ou financiamento via governo, para tentar continuar no curso, caso contrário terá que deixá-lo, teve também que demitir Maria Lúcia, separada, que é mãe de quatro filhos, sendo a mais velha de 15 anos e os demais 11, 09 e 05 anos.

Maria Lúcia, não conseguindo mais trabalhar como diarista, por um problema crónico na coluna, teve sua renda drasticamente diminuída, pois o que ganhava de Ana como empregada e dama de companhia conseguia manter os filhos na escola, sem essa renda, teve que pedir para a filha mais velha deixar a escola e começar a trabalhar; a menina revoltada, acabou por prostituir-se.

Alguns atos praticados de maneira impensada, motivados pela inveja e orgulho, têm efeitos devastadores, como na história acima, e infelizmente acontece a todo o momento, a Sra. Mirna com certeza, vai ser responsabilizada por tal atitude quando tiver que prestar contas, porém será que ela é responsável também pela prostituição da filha de Maria Lúcia?

Difícil responder? Não! Ela não será responsabilizada pela prostituição da menina, haja vista, que a menina possui o seu livre arbítrio. Pensem Nisso.
Um beijo no coração e Deus nos abençoe.
Silvio Klinguelfus Junior
Injustiça que cometeste exprimentarás,
por tua vez.
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“O mal que me fazem não me faz mal,
o mal que me faz mal é o mal que eu faço,
porque me torna um homem mau.” 
Joanna de Ângelis

Um comentário:

  1. Silvio,

    Adorei seu texto! Muito bom mesmo para nossa reflexão.
    Você colocou muito bem a questão de nos responsabilizarmos por nossos próprios atos.
    A escolha é sempre nossa. Sempre temos dois ou mais caminhos a seguir.
    Vamos escolher de acordo com nosso caráter, com aquilo que somos.
    O verdadeiro guerreiro assume a responsabilidade por suas escolhas. Já o pobre coitado gosta mesmo é de se colocar como vítima.
    Quem se coloca como vítima, com certeza possui baixa auto-estima. Essa atitude também impede o crescimento pessoal, uma vez que fecha as portas para o verdadeiro auto-conhecimento.
    Com certeza temos o livre-arbítrio que permite que negociemos até nossas dívidas cármicas pagando-as através de atitudes corretas.
    Não há um destino imutável traçado para nós. O que chamamos de carma é negociável. Podemos transcender ou nos complicar no meio do caminho.
    Citamos o exemplo de uma pessoa que ficou curada de suas doenças a partir do momento em que olhou para a dor do outro e ajudou, seja levando a médicos, doando medicamentos ou levando alegria e paz.
    Podemos também nos complicar, como no exemplo que você citou da jovem que escolheu se prostituir. Com certeza ela tinha outras opções.
    A dor causada por uma escolha errada recairá sobre ela mesma.
    A vida não mima ninguém!
    Quantas vezes acusamos o outro como responsável por nossa infelicidade...queremos que o outro mude para ficar mais fácil prá nós.
    Na verdade, o outro só mudará quando ele quiser e se quiser.
    Se Deus permite o livre-arbítrio, quem sou eu para não permitir?
    Podemos considerar aqueles que nos apresentam situações difíceis ou adversas na vida como verdadeiros treinadores psicológicos como pode ser considerada Mirna em seu texto.
    Conheço a história de um homem que frequentemente era insultado por seu vizinho. Ele estava trabalhando na eliminação de elementos como o orgulho e a raiva de seu interior.
    Ele trabalhava na morte do Ego e ia bater na porta de seu vizinho só para ser insultado e ver como andavam dentro dele os elementos que queria eliminar. No fim ele agradece ao vizinho por ser seu treinador psicológico.
    O "mocinho" sempre precisa do "bandido" para despertar suas atitudes heróicas.
    Citando agora a sabedoria popular: Se a vida te deu um limão, faça uma limonada!

    Um forte abraço,

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