Omissão

Às vezes deixamos coisas acontecerem, sem mesmo saber que aquilo existia.

Louco isso. Como pode ser? Basta à gente não fazer nada, o problema não é nosso então deixa acontecer. É pura omissão da nossa parte.

Lendo as matérias nos jornais e revistas, sobre a tragédia nas cidades serranas do Rio de Janeiro, relembrei-me da tragédia anterior também no Estado do Rio, e em 2008 no Estado de Santa Catarina, e é incrível, como elas se repetem, tanto as tragédias como as matérias sensacionalistas.

Mas um tema recorrente nessas matérias me chamou a atenção, o questionamento que esses repórteres fazem sobre a existência de Deus. Se Ele existe, se Ele é bom, porque permite que seus filhos sofram dessa maneira.

Fiquei pensando sobre o assunto, e confesso que por não ser nenhum teólogo e muito menos um estudioso faltou-me palavras para explicar.

Porém hoje quando acordei, eu já tinha a resposta, e que mais tarde me foi reafirmada. Portanto do meu ponto de vista, acredito que não tenha sido Deus, que tenha dado autorização para as famílias atingidas pela tragédia, construírem em áreas de risco; não foi Ele, que não construiu as bacias de contenções tão necessárias; não foi Ele, que não construiu as obras de drenagem do solo; não foi Ele, que não fez as tubulações de esgoto e águas pluviais; não foi Ele, que não recolhe diariamente o lixo depositado nas ruas, de qualquer maneira pela população; não foi Ele, que usou ilicitamente as verbas destinadas à educação e conscientização da população; não foi Ele, que não aplicou os recursos na saúde; não foi Ele, que desviou as verbas para aparelhamento e treinamento da nossa Defesa Civil.

Enfim, não foi Deus, que provocou essas e outras tragédias; fomos nós mesmos, e a nossa omissão, é a grande causadora.

Enquanto estivermos na nossa Zona de Conforto, enquanto o problema não for com a gente, enquanto permanecermos omissos, sem dúvida é mais fácil culparmos a Deus, por tudo.

Um beijo no coração de todos.

Silvio Klinguelfus Junior

“Tira o paletó, afrouxa o nó da gravata,              desliga o ar condicionado e observa a vida lá fora, pelo vão da janela.”